Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Apocalipse das abelhas: estudo de pesquisadores poloneses encontra 57 tipos de agrotóxicos em abelhas européias
A ideia de que o uso intensivo e indiscriminado de agrotóxicos está tendo um efeito devastador sobre a população de abelhas em todo o mundo não é nova. Agora, a partir da publicação de um artigo cientifico na revista “Journal of Chomotography A” um grupo de pesquisadores poloneses do “National Veterinary Research Institute” está demonstrado que o problema é muito maior do que havia sido demonstrado até agora pela ciência.
É que graças a um novo método analítico desenvolvido pela equipe liderada por Tomasz Kilijanek se tornou possível analisar de forma simultânea uma ampla gama de substâncias presentes numa única amostra (no caso mais de 200 agrotóxicos). Para validar esse método, a equipe de pesquisadores utilizou 74 espécimes das abelhas européias que haviam morrido por envenenamento por agrotóxicos (Apis Mellifera) e chegou a um resultado impressionante: em 73 dos indivíduos analisados foi possível detectar pelo menos um agrotóxico estudado ou um derivado dele, totalizando 57 tipos de substâncias diferentes!
Ainda que o estudo não tenha sido desenvolvido para determinar as relações existentes entre o uso de agrotóxicos e o extermínio das abelhas, os pesquisadores poloneses apontam que novos estudos serão possíveis a partir deste novo método, os quais poderão contribuir para que se saiba melhor como ocorrem as intrincadas relações entre exposição a agrotóxicos e morte das abelhas.
Muitos poderão se perguntar sobre qual é efetivamente o problema em se ter esse nível de contaminação por agrotóxicos em abelhas. Afora o fato de que estes insetos são polinizadores essenciais para a agricultura, eles representam apenas a face mais óbvia do estrago feito por agrotóxicos sobre a biodiversidade de insetos que garante um sensível balanço entre presas e predadores que se for alterada de forma de forma irreversível poderá ter efeitos totalmente devastadores para a produção de alimentos em todo o mundo.
Nunca é demais lembrar que, em que pesem as crescentes evidências de que o uso de agrotóxicos está causando este tipo de estrago, há uma forte lobby no Congresso Nacional e dentro do Ministério da Agricultura, agora liderado por Blairo Maggi, para que o Brasil passe a utilizar agrotóxicos que foram banidos em outras partes do mundo. Em outras palavras, o risco aqui é de que o Apocalipse das abelhas seja apenas a ponta de um longo iceberg envenenado.
Fonte – Blog do Pedlowski de 05 de junho de 2016
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