Por Agência FAPESP - Com informações da Assessoria de Imprensa do CDMF - 10 de…
1,6°C: novo recorde de temperatura global marca o ano de 2024
13 de janeiro de 2025 – A Organização Meteorológica Mundial confirma que 2024 foi o ano mais quente já registrado na Terra. Foto: Elimende Inagella | Unsplash.
O ano de 2024 foi o ano mais quente já registrado na Terra.
Troque o ano e a mesma frase tem sido repetida à exaustão: os últimos dez anos, 2015-2024, são os dez anos mais quentes já registrados.
Entretanto, especialistas alertam que, apesar de preocupante, ainda não é tarde para reverter esse cenário.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência das Nações Unidas, confirmou, na última sexta-feira (10/01/2025), que 2024 é o ano mais quente já registrado, com base em seis conjuntos de dados internacionais.
Imagem: OMM
De acordo com o Serviço Copernicus para as Alterações Climáticas (C3S), em 2024 a temperatura média global aumentou 1,6ºC em relação aos níveis pré-industriais (1850–1900).
Foi ainda 0,72°C mais quente do que a média de 1991-2020.
A análise consolidada da OMM aponta que a temperatura média global da superfície foi de 1,55°C (com uma margem de incerteza de ± 0,13 °C).
Isso significa que provavelmente acabamos de vivenciar o primeiro ano civil com uma temperatura média global de mais de 1,5°C, limite estipulado pelo Acordo de Paris.
Acordo violado, planeta ameaçado
Segundo o Copernicus, um ou dois anos que excedam 1,5°C acima do nível pré-industrial não implicam que o Acordo de Paris tenha sido violado.
No entanto, com a taxa atual de aquecimento em mais de 0,2°C por década, a probabilidade de violar a meta de 1,5°C do Acordo de Paris dentro da década de 2030 é altamente provável.
“Anos individuais ultrapassando o limite de 1,5 grau não significam que a meta de longo prazo foi atingida. Significa que precisamos lutar ainda mais para entrar no caminho certo. Temperaturas escaldantes em 2024 exigem uma ação climática pioneira em 2025”, diz o Secretário-Geral da ONU, Antóno Guterres.
“Ainda há tempo para evitar o pior da catástrofe climática. Mas os líderes devem agir — agora”, completa.
Anomalias da temperatura do ar da superfície em 2024, em relação à média do período de referência de 1991–2020. Uma escala de cores não linear é usada para aumentar a visibilidade de anomalias menores e distinguir desvios maiores. Fonte de dados: ERA5. | Foto: C3S/ECMWF.
A Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo, também enfatiza que um único ano de mais de 1,5°C por um ano “não significa que falhamos em atingir as metas de temperatura de longo prazo do Acordo de Paris, que são medidas ao longo de décadas, em vez de um ano individual”.
Porém, ressalta que vivemos uma série de dez anos de quebra de recordes, sendo “essencial reconhecer que cada fração de grau de aquecimento importa. Seja em um nível abaixo ou acima de 1,5°C de aquecimento, cada incremento adicional de aquecimento global aumenta os impactos em nossas vidas, economias e nosso planeta”, reforça.
Números ainda estão em análise
A OMM afirma que sua avaliação de temperatura tem como base múltiplas fontes de dados, de forma que há uma margem de incerteza em todas as avaliações de temperatura.
“Todos os seis conjuntos de dados colocam 2024 como o ano mais quente já registrado e todos destacam a taxa recente de aquecimento. Mas nem todos mostram a anomalia de temperatura acima de 1,5 °C devido a diferentes metodologias”, destaca a instituição.
As emissões de gases de efeito estufa recobrem a Terra, retendo o calor do sol. Isso leva ao aquecimento global e à mudança climática. O mundo agora está aquecendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento registrado na história. Foto: © Brasil2 | Getty Images Signature.
Os conjuntos de dados são do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) , Agência Meteorológica do Japão, NASA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA), Met Office do Reino Unido em colaboração com a Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia (HadCRUT) e Berkeley Earth.
Está previsto para ser publicado em março de 2025 detalhes completos dos principais indicadores de mudança climática, incluindo gases de efeito estufa, temperaturas de superfície, calor do oceano, elevação do nível do mar, recuo de geleiras e extensão do gelo marinho no relatório State of the Global Climate 2024 da OMM.
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