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A comida está acabando – Livro revela a extensão da crise alimentar

É difícil imaginar, como cidadãos urbanos que vão ao supermercados e encontram de tudo, que há um sério problema mundial com os alimentos. Mas em seu novo livro, Planeta Cheio, Pratos Vazios: A Nova Geopolítica da Escassez de Alimentos, Lester Brown, fundador do Earth Policy Institute, demonstra que nossa segurança alimentar atual está longe da normalidade – e pode mesmo representar o “elo fraco” para a manutenção do padrão de vida com o qual fomos acostumados.

Nos livros de Brown, geralmente a primeira metade do livro causa um grande espanto, e a segunda oferece esperanças. Neste caso, fica-se procurando onde ela está. Não está em lugar nenhum. A combinação de ameaças a nossa oferta de alimentos não se parece com nada que tenhamos visto antes, e estamos pisando em território novo.

Muitos dos elementos desta combinação não são novos, e o livro fornece uma ampla história das ameaças que a agricultura já enfrentou. Civilizações anteriores destruíram a fertilidade de seus solos, por exemplo, e a nuvem de poeira dos Estados Unidos nos anos 1930 ocorreu por más práticas de conservação do solo. Entendemos estes problemas, e nos recuperamos deles. Mas agora estamos acrescentando novas ameaças: uma população de mais de 7 bilhões de pessoas, depleção de aquíferos, mudança do clima e desflorestamento. Estas ameaças não são apenas ambientais: como já vimos no Oriente Médio e norte da África, estas ameaças à segurança alimentar afetam a própria estrutura da sociedade. E os meios com os quais tentamos lidar com estas ameaças apenas tratam dos sintomas do problema. A corrida às terras, por exemplo, pode oferecer um alívio temporário das preocupações alimentares em alguns países, mas ao fim contribui com o problema.

Trata-se de um livro assustador. Estamos lidando com desafios que são muito novos: os aumentos de preços de alimentos de 2007-2008 são realmente os primeiros a representar as combinações destas ameaças que Brown explora. Apesar disso, sabemos como lidar com a questão: de planejamento familiar ao desenvolvimento de energia de baixo carbono a esforços de reflorestamento, as soluções estão disponíveis. Temos a ferramentas, mas até o momento não parecemos dispostos a utilizá-las com a urgência necessária, comenta o Sustainablog.

Fonte – José Eduardo Mendonça, Planeta Sustentável de 06 de novembro de 2012

Imagem – A. Davey / Creative Commons

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