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“É irresponsabilidade ter famílias grandes”, afirma biólogo apresentador da BBC
O veterano apresentador da Rede BBC, de Londres, Inglaterra, David Attenborough declarou que é uma irresponsabilidade ter uma família grande no mundo superlotado onde vivemos hoje. Attenborough não está otimista sobre o futuro e pensa que, daqui a 100 anos, as pessoas vão olhar para trás e sentir saudades de um planeta menos cheio e mais feliz. Será que isso vai mesmo acontecer?
O apresentador é a voz e muitas vezes o criador dos documentários de biologia da BBC como “Vida”, por exemplo. Todos já ouvimos suas palavras e assistimos a programas criados por ele em algum momento.
Hoje com 87 anos, Attenborough advertiu as gerações futuras sobre as grande probabilidades de enfrentarem vidas menos felizes e menos saudáveis, à medida que os recursos naturais da Terra forem se tornando cada vez mais escassos e as maravilhas naturais forem desaparecendo.
Ele até mesmo apoiou a política de controle de natalidade da China, baseada no conceito do filho único, elogiando o país por ter reconhecido que, se sua população mantivesse o ritmo acelerado de crescimento, em pouco tempo teria bocas demais para alimentar.
O assunto surgiu enquanto o apresentador concedia uma entrevista coletiva sobre seu novo documentário, cujo tema é a ascensão e o sucesso dos animais vertebrados, e que estreia ainda neste mês no Reino Unido.
Quando o papo chegou no controverso tema da política chinesa de um filho por casal, ele declarou: “O grau no qual a política tem sido aplicada é terrível, e sem dúvida esta medida produziu todos os tipos de tragédias pessoais. Não há nenhuma dúvida sobre isso”. E emendou: “Por outro lado, os próprios chineses reconheceram que isso teria de ser feito agora, senão seriam mais diversas milhões de mais bocas a mais no país para serem alimentadas do que as que existem agora”.
O apresentador, que tem dois filhos, acrescentou: “Se você for capaz de convencer as pessoas de que é um ato irresponsável ter grandes famílias neste momento da história e de que a riqueza material é de tal ordem importante que as pessoas a valorizem muito e não sofram as consequências de uma família pequena, então tudo isso é feito para o bem”.
“Mas eu não sou particularmente otimista sobre o futuro. Temos sorte de vivermos agora, porque as coisas vão piorar. Sou mais sortudo que meu avô, que nunca saiu de um raio de 8 quilômetros da aldeia onde nasceu. Eu tenho todos os tipos de prazeres e luxos que eu aprecio e estou muito, muito feliz. Acho que isso se aplica à maioria das pessoas deste país”, considera.
E continua: “Mas eu acho que, em 100 anos, as pessoas vão olhar para trás e se lembrar de mundo que já foi menos cheio, com muitas maravilhas naturais e mais saudável”. Apesar desta convicção, o inglês não acredita que os seres humanos corram riscos de entrarem em extinção em um mundo cada vez mais superlotado.
“Nós somos muito inteligentes e extremamente capazes de utilizarmos os recursos aos quais temos acesso. Vamos encontrar maneiras de preservarmos a nós mesmos, tenho certeza. Porém, se a nossa vida vai ser tão rica e boa como é agora, é outra questão. A população mundial pode, eventualmente, se reduzir – o que seria certamente uma ajuda – embora as chances de isso acontecer no próximo século seja muito pequena. Eu acho que é impossível, na verdade”.
O apresentador ainda comentou que nós, seres humanos, nos tornamos tão avançados que paramos de evoluir. Ele explicou por quê: “Se a seleção natural, como proposta por Darwin, é o mecanismo principal da evolução, então nós paramos a seleção natural. Isso aconteceu quando começamos a ser capazes de criar de 95 a 99% de nossos bebês”.
Attenborough, que recebeu um marca-passo em junho deste ano depois de sofrer um problema no coração, disse que não possui planos de se aposentar. “Nunca quero parar de trabalhar. Claro que eventualmente não serei mais capaz de fazê-lo, mas enquanto posso – e enquanto o público também quiser – terei o maior prazer em continuar trabalhando”, disse. “Se eu estivesse ganhando o meu dinheiro empregado em uma mina de carvão, ficaria muito contente com a perspectiva de me aposentar. Mas eu não estou, eu viajo para os quatro cantos do mundo atrás das coisas mais incrivelmente interessantes. Tenho muita sorte”, concluiu.
Fonte – Daily Mail / Hipescience
Incrível, continuamos em crescimento e mesmo assim nenhum governo no mundo está agindo. Cozinhando o sapo em água morna.
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