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Quão verde é um plástico de origem renovável?

Clique na imagem para visualizar em tamanho maior.

Apoiamos e incentivamos a pesquisa, a evolução tecnológica e inovação de materiais e produtos e entendemos que produtos plásticos de origem renovável tenham seu papel em nichos de mercado.

Mas isso não significa que por ser renovável os problemas do descarte inadequado e uso indiscriminado de plásticos no planeta tenham sido resolvidos.

Plásticos derivados do Etanol (cana de açúcar, milho etc) não são biodegradáveis, tampouco podem ser considerados inovação. Em meados dos anos 70, a Union Carbide já detinha a tecnologia de produção de Polietileno via alcoolquímica. A diferença entre os polietilenos derivados de Etanol é que eram (e ainda são) mais caros que aqueles derivados de petróleo ou gás. Para serem biodegradáveis, tais Polietilenos, assim como aqueles derivados de origem fóssil, precisam ser produzidos com aditivos oxibiodegradáveis

Alguns plásticos derivados de plantas (em geral de derivados de amido, mas não do Etanol extraído da cana ou milho), podem ser considerados biodegradáveis por processo de hidrobiodegradação. Em alguns casos, podem ser rotulados como compostáveis, desde que atendam normas tais quais EN 13432, ASTM 6400, entre outras, e somente quando destinados a usinas industriais e controladas de compostagem. No Brasil não existe coleta segregada nem destinação adequada para a compostagem, onde cumpririam seu papel. Plásticos hidrobiodegradáveis não podem ser reciclados juntamente com os plásticos convencionais.

Não é a fonte do recurso o fator que determina se um plástico é ou não biodegradável. E sim o atendimento a normas relacionadas ao produto final.

Dizer que plásticos derivados de plantas reduz o efeito estufa necessita de uma análise bem mais detalhada de todas as etapas.

Entidades ligadas ao combate à fome têm questionado o uso de terras férteis e água fresca no cultivo de plantas para uso na fabricação de plásticos, os quais passam a concorrer diretamente com a produção de alimentos num planeta onde milhões de pessoas passam fome.

Na imagem no início do texto, algumas etapas que por vezes são esquecidas por empresas ligadas aos plásticos derivados de plantas quando promovem seus produtos.

Boletim do Instituto IDEAIS de 09 de dezembro de 2013

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