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Premiê de Tuvalu compara mudanças climáticas a armas de destruição em massa
O primeiro-ministro de Tuvalu, Enele Sopoaga, vinculou o impacto das mudanças climáticas nos países insulares do Pacífico a “uma arma de destruição em massa”, ao ressaltar, nesta sexta-feira, a necessidade de uma forte liderança global sobre esse tema.
Sopoaga afirmou que uma cúpula promovida pela ONU sobre mudanças climáticas, prevista para o mês que vem em Nova York, seria uma oportunidade de criar as condições para um progresso real na busca de consolidar um pacto global sobre emissões de gases de causadores do efeito estufa até o fim de 2015.
Caso contrário, alertou ele, as pessoas desse país de terras baixas podem ser deixadas para morrer enquanto os países continuam a discutir qual deve ser o curso a seguir.
“Efetivamente, fomos pegos no meio do caminho em Tuvalu. Ficamos muito, muito preocupados”, disse Sopoaga à rede Australian Broadcasting Corporation.
“Já estamos sofrendo. É como uma arma de destruição em massa, e todos os indícios estão aqui. Nós só precisamos juntar uma forte liderança coletiva para lidar com isso”, acrescentou.
“O povo de Tuvalu vai reforçar novamente (em Nova York) a mensagem de que estamos morrendo”, continuou.
Tuvalu, um conjunto de nove atóis de coral onde vivem cerca de 11 mil pessoas, é uma das nações do Pacífico ameaçadas pela elevação do nível dos mares, relacionada ao aquecimento global.
Muitas mal têm um metro acima do nível do mar, e cientistas alertam que nações como Tuvalu, Kiribati e Tokelau podem desaparecer sob as ondas, se as mudanças climáticas continuarem sua escalada.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, convocou uma conferência para 23 de setembro para tentar criar força para a mudança, antes das negociações em Paris, no ano que vem, com vistas a forjar um acordo climático histórico que entrará em vigor em 2020.
Sopoaga, que Ban convidou para copresidir um dos maiores encontros da cúpula de Nova York, disse que encontros climáticos anteriores, como a cúpula da ONU em Copenhague, em 2009, falharam por falta de ambição.
“Temos de ir a Paris com um compromisso de concluir o acordo, nada menos que isso”, afirmou.
Sopoaga disse que países como Austrália, cujo premiê conservador Tony Abbott aboliu uma tarifa de carbono sobre emissões de gases estufa, não deveriam tentar obstruir um acordo. Ele insistiu em que chegou a hora de os líderes colocarem seus interesses nacionais de lado e agirem pelo bem da humanidade.
“Não tem mais a ver com soberania política. Isso está ameaçando seres humanos”, acrescentou. “Estamos lidando com o salvamento de vidas humanas”, frisou.
Fonte – AFP / Terra de 15 de agosto de 2014
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