Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Grupos Alemães de produção de Composto & Solo se posicionam contra os Bioplásticos
“Bom para nós, Bom para o clima”. Contudo, a Associação Alemã de Produtores de Húmus e Solo (German Association of Humus & Soil Producers – VHE – Verband der Humus- und Erdenwirtschaft e.V.), a Agência Alemã de Proteção Ambiental e o Conselho Alemão de Compostagem (German Compost Council) estão agora questionando os plásticos biodegradáveis.
Em um momento que não poderia ser mais inconveniente, um comunicado à imprensa publicado pelo Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo, demonstra nova oposição em relação às sacolas plásticas biodegradáveis. Às vésperas do lançamento, em toda a Alemanha, dos silos biológicos para resíduos de alimentos, o Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo questiona a real biodegradabilidade das chamadas “sacolas biológicas”, afirmando que o atual padrão de 15 anos, utilizado para certificar compostagem (EN 13432 equivalente à ASTM D -6400 nos EUA) é “imperfeito e irrelevante”. Como exemplo, o Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo cita a exigência de dissipação de 90% em 12 semanas contida na norma. “Isto significa dizer que 10% de resíduo é aceitável, mas isso é inaceitável!” Avanços científicos, feitos na Alemanha, na mensuração das taxas de matéria estranha no composto, demonstraram que até quantidades mínimas de resíduos plásticos, de 0.25%, são visualmente questionáveis. Contudo, nenhuma dessas recentes descobertas científicas foi incorporada aos padrões. E isto ocorre em um “momento critico”, segundo a Agência de Proteção Ambiental Alemã, uma vez que indústrias como a BASF estão se preparando para fabricar toneladas de sacolas plásticas de base biológica para o mercado em franca expansão. De acordo com o Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo, já que é impossível distinguir o bioplástico degradado de outros tipos de plástico no composto “ele será tratado como contaminação externa”. O Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo aponta também para o fato surpreendente de o Conselho Alemão de Composto (German Compost Council – BGK) e a Agência de Proteção Ambiental Alemã também terem retirado seu apoio aos bioplásticos. Citando o Conselho Alemão de Composto: “Os padrões de teste atuais não englobam adequadamente a realidade e o alcance das instalações de compostagem profissionais.” Muitos bioplásticos sintéticos se degradam apenas em condições específicas de alta temperatura, tornando-os, de acordo com o Conselho Alemão de Composto, “compostáveis somente em teoria.” O relatório do Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo expõe uma ruptura, de longa data, entre a indústria e os cientistas a cerca do modo como os padrões de compostabilidade são estabelecidos. O jornal conservador “Die Welt” (2 de março, 2014) engrossou o coro afirmando que “Às vésperas do lançamento dos silos biológicos, os fabricantes de sacolas plásticas de base biológica já estão contando seus lucros, apesar de existirem enormes problemas.” Se os padrões de compostabilidade são convenientes para a indústria de bioplásticos à custa do público, a qualidade do composto oferecido aos consumidores será prejudicada. E o “Die Welt” adverte “agora temos lobistas exclusivamente para as sacolas de base biológica”.
Existem realmente tipos de bioplásticos, testados pelo laboratório Woods End Labs, tais como os PHA e D-PLA, os quais biodegradam praticamente em todos os ambientes de compostagem (vide Blog – Set. 2013), contudo os padrões não os distinguem dos demais. O maior especialista em composto da Alemanha, Josef Barth, afirma que “de qualquer modo, as pessoas que trabalham com composto and biogás ignorarão esta diferença pelo fato de que todo plástico é consiste em 1 a 2% dos insumos de compostagem, mas representa 50 % do problema de qualidade do composto.”.
E para aumentar as preocupações, a Alemanha tem uma nova regulamentação sobre corretivos de solo, (DüMV ¬ Düngemittelverordnung) a qual exige que os ingredientes para a fabricação de corretivos de solo tenham “um valor intrínseco para o solo e as plantas”. “O que não acontece com os bioplásticos utilizados em compostagem” como afirma o Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo, “uma vez que eles não contribuem de forma mensurável com o húmus, ou com o solo”.
O Conselho Alemão de Produtores de Humus e Solo afirma que as sacolas de coleta biodegradáveis têm aumentado nitidamente a aceitação e participação do consumidor em programas de resíduos biológicos domésticos “A organização propõe novas iniciativas, as quais incluam: “modificar padrões antigos de biodegradabilidade com base em práticas de compostagem do mundo real” e “afastar qualquer dúvida sobre resíduos perniciosos.” O Laboratório Woods End tem testado bioplásticos há mais de 15 anos. Seu diretor, o Dr. Brinton diz que concorda com os críticos europeus. “Nós também não consideramos a norma ASTM 6400 realista, e esperamos que os nossos clientes satisfaçam duas condições, não apenas uma”. Se os Americanos realmente aderirem à compostagem de resíduos domésticos, e não há qualquer sinal de que não o farão, nós enfrentaremos a mesma situação.” (Revisado em 26 de março de 2014).
Boletim do Instituto IDEAIS de 23 de outubro de 2014
Tradução livre. Fonte: https://woodsend.org/2014/03/european-soil-industry-visits-controversy-biodegradable-plastics/
Nota do IDEAIS: O artigo refere-se aos plásticos hidrobiodegradáveis rotulados como compostáveis.
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