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Investir em energia solar custa 8 vezes menos que em termelétricas, diz WWF

Estudo divulgado ontem (28) pela organização não governamental WWF Brasil mostra que a substituição do uso de energia fornecida por usinas termelétricas pela de geração fotovoltaica (energia solar) poderia gerar uma economia de R$ 150 bilhões em um período de cinco anos. De acordo com o WWF, subsidiar a energia fotovoltaica em vez da termelétrica emergencial – usada atualmente diante da diminuição da geração hidroelétrica – é oito vezes menos custoso.

“A substituição das termelétricas incrementais por uma geração fotovoltaica distribuída mostra-se bastante viável. De acordo com o modelo apresentado no estudo, subsidiar essa forma de geração é oito vezes menos custoso. Mesmo em um cenário em que, após cinco anos, os reservatórios voltassem ao patamar de segurança e não houvesse crise hídrica pelos 20 anos seguintes, o país teria uma economia da ordem de R$ 150 bilhões”, diz o estudo.

O WWF Brasil propõe uma transição gradual do modelo termelétrico para o fotovoltaico, em que o valor que atualmente é gasto para a contratação de energia das termelétricas seria reduzido, ao mesmo tempo em que seria aumentado o investimento na instalação de energia fotovoltaica por um período de cinco anos. O objetivo é que, após esse período, a produção de energia fotovoltaica atinja 40 terawatts/hora (TWh) por ano, a mesma quantidade contratada hoje das termelétricas emergenciais.

“Atualmente o governo tem gerado muitos incentivos econômicos para fazer a sustentação da segurança energética do país por meio de termelétricas. O que a gente propõe aqui é fazer uma transição gradual para energia solar, tendo a energia solar como uma energia apoiando a energia hidroelétrica no Brasil, e manter as termelétricas de backup, que é o papel delas, caso precise, e não operando todo ano igual a gente está tendo agora”, disse o coordenador de Mudanças Climáticas e Energia do WWF, André Nahur.

A substituição da energia termelétrica pela fotovoltaica, no entanto, ainda enfrenta o entrave da falta de financiamento no país. Segundo Nahur, países que estão fazendo a transição, como Alemanha, Japão, e Itália, têm linhas de financiamento diferenciadas para a energia de base solar a cerca de 6% ao ano. Já no Brasil, o crédito para essa finalidade é pequeno e destinado a grandes projetos.

“Hoje em dia, as linhas de financiamentos que a gente tem que são por meio do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] e de alguns bancos privados. O que a gente precisaria hoje seria de linhas diferenciadas de financiamento com juros de mais ou menos 6% ao ano”, disse Nahur.

Fonte – Bruno Bocchini, Agência Brasil / EcoDebate de 29 de setembro de 2015

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