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Agrotóxicos, transgênicos e o princípio da precaução

O uso de agrotóxicos e fertilizantes já é a segunda causa de contaminação da água no Brasil. Só perde para a destinação de esgoto doméstico.

Ao comprar uma maçã, por exemplo, é impossível detectar o banho de dezenas de pesticidas que ela recebeu. A intensa utilização de produtos químicos na produção de alimentos afeta o ar, o solo, a água, os animais e as pessoas.

Os agrotóxicos podem promover a intoxicação progressiva dos consumidores e afetar a saúde de trabalhadores do campo que muitas vezes não estão preparados para lidar com esses agentes tóxicos.

Os transgênicos são organismos geneticamente modificados em laboratório que tiveram genes estranhos, de qualquer outro ser vivo (vegetal ou animal), inseridos em seu código genético visando a obtenção de características específicas. Assim, uma semente é modificada para ter tolerância (resistência) a um herbicida. Então a empresa de biotecnologia vende a semente patenteada (cobrando royalties do agricultor) e vende o agrotóxico também.

Acredita-se que os transgênicos podem causar alergias alimentares e diminuir ou anular o efeito dos antibióticos no organismo, entre outras consequências desconhecidas para a saúde humana a longo prazo.A resistência a agrotóxicos pode levar ao aumento das doses de pesticidas aplicadas nas plantações.

Todo profissional que apreende e incorpora princípios básicos do evolucionismo em suas áreas de trabalho, sabem que, quando determinados antídotos sintetizados ou moléculas de natureza química, são ministrados para populações visando sua eliminação, tendem a sobreviver apenas indivíduos resistentes a esta substância e portanto com melhor aptidão para sobrevivência.

Até que sejam eliminados por novas versões de antídotos químicos, pesquisados, sintetizados e desenvolvidos especialmente para esta finalidade. Numa espiral que se conhece o começo, mas não tem fim. Qualquer médico sabe que quando determinado vírus ou bactéria se torna resistente a um antibiótico, é preciso lançar mão de uma a geração mais moderna de substâncias químicas, numa espiral sem fim.

O GREENPEACE se opõe ao uso de transgênicos na alimentação humana e animal. Para a ONG, os resultados são imprevisíveis, incontroláveis e desnecessários. O GREENPEACE mantém em seu site um Guia do Consumidor para consulta de produtos.

Segundo o Princípio da Precaução, quando uma atividade representa ameaças de danos ao meio ambiente ou à saúde humana, medidas de precaução devem ser tomadas, mesmo se algumas relações de causa e efeito não forem plenamente estabelecidas cientificamente. Afinal, é melhor prevenir do que remediar.

Os principais transgênicos plantados no mundo são soja (61%), milho (23%), algodão (11%) e canola (5%). A maioria dos europeus rejeita os produtos transgênicos e grande parte dos agricultores alemães são contrários aos transgênicos.

Insetos, pássaros e até mesmo o vento podem transportar o pólen de plantas transgênicas e contaminar plantações convencionais vizinhas, ainda que localizadas a grandes distâncias. A contaminação também pode ocorrer pelo uso comum de equipamentos de movimentação e armazenagem e no comércio.

Pela evidente dificuldade técnica em proteger os plantios convencionais e orgânicos da contaminação transgênica, muitas regiões e alguns países da União Europeia foram declarados por suas autoridades como Zonas Livres de Transgênicos. Tal precaução não coloca em risco a saúde dos consumidores, o meio ambiente e é um enorme diferencial competitivo no mercado internacional. Saiba mais sobre transgênicos no vídeo “Invasoras Resistentes” do Globo Rural.

Os alimentos transgênicos comercializados como grãos, óleos, leite e carne de animais alimentados com transgênicos, devem ser devidamente rotulados para garantir o direito de escolha do consumidor. Isto é o mínimo que se pode esperar das autoridades dos governos, além de informações esclarecedoras para a população. Existem campanhas por um Brasil livre de transgênicos.

Referências

http://www.natureba.com.br/alimentos-transgenicos.htm

Fonte – Roberto Naime, EcoDebate de 18 de fevereiro de 2016

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