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Governo autoriza importação de milho transgênico e revolta agricultores

Milho, soja e algodão representam a grande maioria da produção mundial de OGMsMilho, soja e algodão representam a grande maioria da produção mundial de OGMs

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) subscreve a importação do milho transgênico cultivado nos EUA. As sementes são originárias de transnacionais como a Monsanto e a Bunge

O governo brasileiro, aprovou a maior importação, em décadas, de milho transgênico produzido nos EUA. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento diz que a medida visa garantir o abastecimento do grão no mercado brasileiro. A medida revoltou os agricultores que cultivam o cereal orgânico, no Brasil.

Ração animal

A CTNBio deu prazo de 30 dias para que qualquer interessado recorra da medida. Caso haja contestação, a decisão vai para o Conselho de Ministros. Se em 30 dias não houver recurso, a importação poderá liberada.

“A medida vai beneficiar indústrias e produtores que usam o milho na ração animal”, disse, em nota, o secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Odilson Ribeiro e Silva. Este ano, o grão sofreu quebra de safra no Brasil por problemas climáticos, o que encareceu o produto e os custos de produção. Este ano, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) já autorizou a importação de até 1 milhão de toneladas até o final deste ano, com tarifa zero. “Isso poderá ajudar a agilizar a entrada do milho no país”, diz a nota

Revolta no campo

O milho transgênico da Monsanto, MON 863, autorizado a ser comercializado na Europa e no Brasil, há muito tempo tem causado polêmica sobre sua inocuidade. Segundo a revista Archives of Environmental Contamination and Toxicology, no entanto, o milho geneticamente modificado é tóxico para o fígado e os rins.

Segundo a publicação a ingestão do milho MON 863 perturba, em variadas intensidades, numerosos parâmetros biológicos. Entre eles, o peso dos rins e do fígado, taxa de reticulócitos (jovens glóbulos vermelhos), de triglicérides, para citar alguns. A composição da urina também se altera com a redução de sódio e de fósforo numa proporção que chega a 35%.

Transgênico

O médico argentino e membro da Rede Popular de Médicos da Argentina, Javier Balbea, estuda o assunto. Ele critica o uso dos transgênicos e agrotóxicos, pois acredita que eles são uma tecnologia que serve ao propósito de dominar os territórios dos países produtores.
Para o médico, o ato de comer e produzir alimentos está ligado diretamente à cultura dos povos, e isso está sendo ameaçado.

— A produção transgênica é de mercadoria, não de alimentos. Isso vai na contramão da cultura dos povos — concluiu.

Fonte – Correio do Brasil de 08 de outubro de 2016

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