Por Sérgio Teixeira Jr. - ReSet - 12 de novembro de 2024 - Decisão adotada no…
Rio, essa merenda não parece legal!
Teste realizado pelo Greenpeace indica cinco alimentos fora de conformidade com a legislação brasileira; um deles contém resíduos de substância proibida desde 2012.
Até o prato mais básico do brasileiro, o popular arroz e feijão, pode representar um risco aos alunos da rede municipal de ensino da cidade do Rio de Janeiro. Segundo teste toxicológico em alimentos fornecidos por uma das seis empresas com contratos vigentes com a prefeitura do Rio de Janeiro, o feijão carioca apresentou resíduos de dois agrotóxicos: um não permitido para esta cultura em específico e outro acima do Limite Máximo de Resíduo (LMR) estipulado por lei. Os testes foram encomendados pelo Greenpeace ao Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico de São Paulo.
De um total de 11 diferentes tipos de alimentos testados, o pimentão amarelo, o pimentão verde, o feijão carioca e o pepino continham agrotóxicos proibidos para a cultura em específico. Já no caso da couve-manteiga, a situação é ainda mais grave: foi encontrado o Metamidofós, substância proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) desde 2012.
(Arte: Julia Mente / Greenpeace)
Sobre o pimentão amarelo, foram detectados resíduos de sete tipos diferentes de agrotóxicos. O arroz também apresentou resquícios de duas substâncias e embora estejam dentro do LMR, não há estudos que garantam um nível seguro do consumo de agrotóxicos a longo prazo ou sobre os efeitos de diferentes substâncias combinadas no organismo – conhecido como efeito coquetel.
“É um resultado surpreendente e preocupante. Se em uma amostragem limitada como essa foi possível encontrar tantas irregularidades, o que será possível encontrar no resto da merenda escolar carioca?”, questiona Rafael Cruz, da campanha de Agricultura e Alimentação do Greenpeace Brasil. “As crianças e todas as brasileiras e brasileiros não podem continuar comendo agrotóxicos diariamente, sobretudo ilegais”.
Isso não é uma realidade exclusivamente carioca. A reflexão serve também para o restante do país. Você sabe o que as candidatas e os candidatos pela prefeitura da sua cidade vão servir de merenda aos seus filhos?
Tema ‘Alimentação’ ganha espaço na disputa por votos
Durante o primeiro turno das Eleições 2016, o Greenpeace Brasil publicou uma pesquisa de opinião pública nacional encomendada ao Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística (IBOPE) sobre a percepção do cidadão em relação aos agrotóxicos. Os dados apontam que 82% da população brasileira considera “muito importante” que um político apresente propostas para a introdução de alimentos sem agrotóxicos na merenda escolar da rede pública.
Em outra pergunta, 81% dos entrevistados consideram que a quantidade de agrotóxicos aplicados nas lavouras é “alta” ou “muito alta”. Estamos falando do Brasil, o país campeão mundial no consumo de agrotóxicos.
Investir na saúde das crianças é fazer da escola um ambiente que também ofereça educação sobre a importância da alimentação. São atitudes assim que o Greenpeace entende como relevantes para o futuro das cidades.
E o que o seu candidato fará pela merenda escolar?
Fontes – Greenpeace / EcoDebate de 17 de outubro de 2016
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