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Portugal teve perdas de 6,8 bilhões devido a alterações climáticas de 1980 a 2013
Portugal registou perdas de 6,8 mil milhões de euros relacionadas com as consequências das alterações climáticas, entre 1980 e 2013, e somente uma pequena parte é coberta pelos seguros
Portugal registou perdas de 6,8 mil milhões de euros relacionadas com as consequências das alterações climáticas, entre 1980 e 2013, e somente uma pequena parte é coberta pelos seguros, segundo um relatório hoje divulgado.
O trabalho “Alterações Climáticas, Impactos e Vulnerabilidades na Europa 2016” foi elaborado pela Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla em inglês) e realça que o sul da Europa, com destaque para a península ibérica, vai ser mais atingido pelas mudanças do clima no futuro, mas já regista aumentos de situações extremas de calor, redução da precipitação e dos caudais dos rios, a que acresce o risco de secas severas, perdas na agricultura e na biodiversidade, assim como de fogos florestais.
Na análise económica dos efeitos das mudanças do clima, a EEA estima que os custos tenham atingido 6,783 mil milhões de euros, entre 1980 e 2013, dos quais somente 300 milhões, ou seja, 4%, estavam cobertos por seguros.
Aquele valor total representa 665 milhões de euros de perdas por cada português e 0,14% do Produto Interno Bruto (PIB).
No total da Europa, os custos relacionados com as alterações climáticas atingem 393 mil milhões de euros, com a Alemanha a liderar, ao chegar aos 78,7 mil milhões, ou mil milhões per capita, dos quais 44% estavam cobertos por seguros.
A Suíça é o país com um valor de custos mais elevado por cada cidadão – 2,517 mil milhões de euros – e o Reino Unido é aquele que apresenta a maior percentagem de perdas cobertas por seguros – 68%.
“As alterações climáticas vão continuar por muitas décadas no futuro” e a dimensão destas mudanças e dos seus impactos vão depender da concretização dos acordos globais para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, mas também de ser assegurado que foram adotadas as corretas políticas e estratégias para reduzir os riscos dos atuais e projetados fenómenos climáticos extremos, realça o diretor executivo da EEA, Hans Bruyninckx, citado no relatório.
Apesar de algumas regiões puderem apresentar impactos positivos, como a melhoria das condições para a agricultura no norte da Europa, a maior parte dos países e setores económicos “vão ser negativamente afetados”, refere a EEA.
Ondas de calor mais frequentes e mudanças na distribuição das doenças infecciosas relacionadas com as condições do clima deverão aumentar os riscos para a saúde humana e para o bem-estar, outra área da vida dos europeus a ser afetada.
A península ibérica é referida no relatório como exemplo de região onde já se observam algumas mudanças, como a diminuição da precipitação, principalmente no centro de Portugal.
A erosão costeira já provocou “significativas perdas económicas, estragos ecológicos e problemas sociais”, aponta ainda a EEA, dando mais uma vez o exemplo de Portugal, que “investiu 500 milhões de euros na reabilitação de dunas e de frente mar e na defesa” entre 1995 e 2003, entre Aveiro e Vagueira.
Fonte – Saúde Online de 25 de janeiro de 2017
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