Por José Tadeu Arantes - Agência FAPESP - 31 de outubro de 2024 - Estratégia…
84% das estações meteorológicas dos EUA têm inverno mais quente que a média
Visitantes no Millennium Park em Chicago. A cidade teve um clima ameno e ficou sem neve neste inverno (Foto: Crédito Scott Olson/Getty Images)
Das 1.500 estações americanas, 117 tiveram o recorde histórico de calor. A cidade de Chicago, normalmente fria, teve o primeiro janeiro e fevereiro sem neve
Depois de três recordes anuais seguidos de temperatura global, parece que a Terra entrou em um novo padrão climático. Pelo menos é o que indicam os primeiros sinais deste ano. O mês de janeiro de 2017 foi o terceiro mais quente já registrado. Agora, um levantamento das estações meteorológicas nos Estados Unidos mostra que 84% delas tiveram um inverno mais quente do que o normal. Cerca de 47% das estações tiveram um inverno entre os dez mais quentes já registrados. Das 1.500 estações americanas, 117 tiveram o recorde histórico de calor.
A cidade de Chicago, normalmente fria, teve o primeiro janeiro e fevereiro sem neve desde que começaram as observações há 146 anos. Massachusetts registrou o primeiro tornado num mês de fevereiro. Como um todo, a primavera chegou 28 dias mais cedo no Sudeste americano. Até o presidente Trump, que não acredita em aquecimento global, poderá apreciar de perto os efeitos do fenômeno. O serviço nacional de parques dos Estados Unidos prevê que as flores do National Mall, o parque do centro de Washington, vão brotar no meio de março, o mais cedo que se tem notícia.
Um inverno ameno parece uma dádiva. Afinal, menos frio reduz os riscos e os desconfortos em regiões mais temperadas, onde é preciso viver com aquecimento e driblando tempestades de neve. Mas a aceleração do calor tem outros impactos. Ela desorganiza os padrões de comportamento das plantas. Pega animais migratórios despreparados. Também acelera o degelo nas regiões montanhosas. Como um todo, o inverno ameno é um sintoma de um grande desequilíbrio no sistema de clima onde construímos nossa civilização. As consequências vão bem além de uma floração prematura na porta de casa.
Fonte – Alexandre Mansur, Blog do Planeta de 03 de março de 2017
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