Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Paulistano é premiado pela ONU por criar app que avalia acessibilidade dos estabelecimentos
Para um cadeirante ou alguém que tem dificuldade de locomoção, chegar a um estabelecimento e descobrir que o local não oferece o devido acesso – rampas, portas espaçosas, banheiros adaptados, espaço de deslocamento – torna-se não só uma experiência potencialmente expositiva e humilhante, como pode obrigar o cadeirante a ter de ir embora.
Considerando que muitas vezes o transporte também é bastante complicado, e a gravidade do problema dobra. Foi pensando na urgência da necessidade de tais informações que o brasileiro Bruno Mahfuz criou o aplicativo Guia de Rodas.
Bruno, de 33 anos, perdeu os movimentos em um acidente de carro, 16 anos atrás, e sabe o quanto a falta de informação agrava a exclusão dos que justamente precisam saber sobre acessibilidade dos locais.
E o que o app Guia de Rodas faz é justamente mostrar aos usuários quais estabelecimentos são ou não são acessíveis, não só para entrar e sair, mas como também para se locomover, na altura das mesas, e tantos outros detalhes que só quem de fato necessita é capaz de perceber.
Um aspecto fundamental do aplicativo criado por Bruno é ser colaborativo – são os usuários que avaliam a acessibilidade de um local. Assim, estabelecimentos que eventualmente dizem oferecer acessibilidade e estarem dentro da lei, mas que em verdade não cumprem tais determinações, serão rapidamente avaliados.
Carinha triste, carinha feliz, perguntas simples, e o estabelecimento ganha por fim um dos quatro pins que informam o grau de acessibilidade de um local.
O impacto simples e, ao mesmo tempo, tremendo na vida de um cadeirante tornou o Guia de Rodas um dos vencedores do prêmio World Summit Awards – WSA Mobile, organizado pelas Nações Unidas, na categoria “Inclusão e Empoderamento”.
Funcionando há menos de dois anos, o app já oferece avaliações em 700 cidade de 30 países, e é oferecido de graça. O prêmio parece ainda mais justo quando Bruno lembra que acessibilidade não é só para deficientes, mas para todos. “Ela beneficia todo mundo em diversas fases da vida, seja um idoso, alguém com uma contusão, uma grávida. Nosso mote é ‘uma ideia quando é boa, é boa para todos’”, ele diz.
Fonte – Hypeness
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