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99% dos incêndios florestais em território nacional são iniciados por ação humana

queimada

Maioria dos incêndios no Brasil tem origem na ação humana – Focos podem começar de forma proposital ou por descuido; causas naturais, como raios, representam porcentagem mínima

Com anos de atuação no monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o pesquisador Alberto Setzer, atual coordenador da área, é taxativo: mais de 99% dos incêndios florestais em território nacional são iniciados por ação humana. “Alguns são propositais, outros por descuido, mas sempre com ação humana”, afirma. As causas naturais – a maior delas, no Brasil, são os raios –, explica, são responsáveis por menos de 1%.

Setzer se refere tanto ao produtor que vai fazer uma queimada no fundo o quintal e perde o controle do fogo, provocando um incêndio gigantesco; quanto os incêndios dolosos, em áreas de conflito ou em florestas sendo transformadas em pasto.

A situação pode ainda se agravar em períodos mais secos. Nos anos mais secos e quentes, haverá mais queimadas, pois o fogo se propaga de maneira mais fácil. Em 2010, por exemplo, foi um dos piores anos no passado recente. Em contrapartida, em anos úmidos, cai muito o número de detecções de incêndios porque, com terra úmida e precipitação maior, o fogo se propaga de forma mais restrita, como em 2008.

O tempo seco atinge os estados em diferentes meses do ano. Em Roraima, por exemplo, o pior período para ocorrência de incêndios é no fim e início do ano, de dezembro a março. No Sudeste, entre julho e setembro. No Pará, entre agosto e novembro. No Centro-Oeste, entre julho e novembro.

Impactos

A curto e longo prazos, os danos causados pelos incêndios são enormes. Segundo o chefe do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), Gabriel Zacarias, a gama de prejuízos é tão grande que qualquer estimativa acaba subestimada.

Uma das consequências diretas geradas pelas queimadas é a morte da vegetação, que implica falta de alimento para animais e, consequentemente, a sua morte. “Então, ocorre uma degradação ambiental significativa”, ressalta Zacarias.

Além disso, a exposição do solo ao fogo faz com que ele aqueça, perca sua microfauna, que não está habituada à exposição a altas temperaturas. Em contrapartida, com as chuvas, a incidência da água no solo acelera os processos de erosão com transporte de matéria orgânica, que vai para os rios e, assim, estes são assoreados. Há também perda de produtividade do solo e de matéria orgânica.

O efeito estufa, além de ser um problema por si só, acarreta a diminuição de chuvas, que implica mais seca, mais propensão a incêndios e perda de produtividade nas áreas agrícolas.

Outra consequência dos incêndios é a liberação de fumaça, que causa problemas respiratórios na população, além de aumentar o número de internações e gerar mais gastos com a saúde pública.

Para mudar esse cenário, o Ministério do Meio Ambiente, por meio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realiza fiscalização das queimadas criminosas e orienta os produtores rurais nas melhores práticas de preparo da terra.

Fontes – Portal Brasil / Inpe / Ibama / MMA / EcoDebate de 09 de agosto de 2017

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