Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Água é de boa qualidade em apenas 4% dos pontos monitorados na Mata Atlântica
Cachoeira do Ouro Fino, Tapiraí, SP. Imagem SOS Mata Atlântica
Um levantamento feito pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica mostra que apenas 4,1% dos 294 pontos de coleta nos córregos lagos e rios da Mata Atlântica dispõem de água considerada de boa qualidade. Segundo a pesquisa, divulgada hoje (20), em 75,5% dos pontos de coleta (222), foi encontrada água em situação regular e, em 20,4% (60), ruim ou péssima.
O estudo foi realizado em 102 municípios nos 17 estados, além do Distrito Federal, onde há Mata Atlântica. O levantamento apresenta um panorama sobre a qualidade da água de 230 rios, córregos e lagos do bioma, feito entre março de 2017 e fevereiro de 2018.
“Rios e águas contaminados são reflexo da ausência de instrumentos eficazes de planejamento, gestão e governança. Refletem a falta de saneamento ambiental, a ineficiência ou falência do modelo adotado, o desrespeito aos direitos humanos e o subdesenvolvimento”, destaca o texto do levantamento.
De acordo com a ONG, a qualidade da água doce superficial é suscetível às condições ambientais, às variações e aos impactos do clima, aos usos do solo e às atividades econômicas feitas na bacia hidrográfica. “A água está diretamente ligada à conservação da Mata Atlântica, à sustentabilidade dos ecossistemas, à saúde e atividades econômicas da população que vive no bioma”, destaca o estudo.
O levantamento comparou os dados do monitoramento de 188 pontos fixos de coletas, distribuídos por 11 estados, do ciclo 2017 (março de 2016 a fevereiro de 2017) e do ciclo 2018 (março de 2017 a fevereiro de 2018). Os resultados obtidos demonstram que a qualidade da água dos rios das bacias da Mata Atlântica permaneceu estável neste ciclo e não houve evolução significativa dos indicadores em relação ao anterior.
“Os indicadores estáveis de qualidade boa ao longo do ciclo de chuva e seca deste período de monitoramento evidenciam a importância da conservação da floresta e das matas ciliares para perenidade dos recursos hídricos. Os cinco pontos com qualidade boa em dois ciclos consecutivos estão em áreas especialmente protegidas da Mata Atlântica”, destaca o estudo.
Fonte – Bruno Bocchini, edição Juliana Andrade, Agência Brasil de 20 de março de 2018
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