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A crise dos poluentes plásticos é muito grande para ser resolvida somente com reciclagem

A reciclagem por si só nunca será capaz de estancar o contínuo fluxo de plásticos que despejados nos oceanos. Precisamos atacar o problema na fonte.

A cada minuto, de cada dia, o equivalente a um caminhão cheio de resíduo plástico desemboca em nossos oceanos.

Em nome do lucro e da conveniência, as corporações estão literalmente sufocando nosso planeta com uma substância que simplesmente não “desaparece” quando a colocamos na lixeira. Desde os 50, cerca de 8,3 bilhões de toneladas de plástico foram produzidas em todo o mundo e, até o momento, apenas 9% delas foram recicladas. Todos os anos, até 12,7 milhões de toneladas de plástico acabam indo parar nos nossos oceanos, os quais arcam com fardo de nossa epidemia de plásticos.

Há pouco mais de uma década, lancei o curta-metragem de animação “The Story of Stuff” (A história das Coisas) para ajudar a esclarecer as maneiras como produzimos, usamos e descartamos as coisas em nossas vidas. A História das Coisas está intrinsecamente ligada à história dos plásticos, es embalagens que acompanham nossas compras intermináveis. Compramos refrigerante, bebemos por alguns minutos e jogamos fora sua embalagem permanente. Comemos batatas fritas, terminamos e jogamos fora a embalagem permanente. Compramos produtos, tiramos o plástico desnecessário, depois jogamos fora a embalagem.

O ciclo é infinito e se repete inúmeras vezes, todos os dias. Contudo, é justamente aí reside o problema, não há “distância”. Por mais que tentemos nos livrar de um pedaço de plástico – seja jogando em uma lixeira ou não – ele não desaparece. Provavelmente, vai acabar poluindo nossas comunidades, oceanos ou cursos d’água de alguma forma.

Há anos temos sido vítimas desse engodo. Fomos levados a acreditar que o problema das embalagens plásticas pode ser solucionado através de melhores ações individuais. Dizem que, se simplesmente reciclarmos, estaremos fazendo nossa parte. Dizem que se trouxermos sacolas reutilizáveis à mercearia, estaremos salvando o mundo. Acreditamos que, se bebermos de uma garrafa reutilizável, estaremos fazendo uma grande diferença. Mas a verdade é que não é possível reciclar uma saída para essa confusão.

Continua…

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Fontes – Annie Leonard, The Guardian / RES Brasil de 14 de junho de 2018

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