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Oito brasileiros são contaminados por dia por agrotóxicos. Confira mais 7 dados assustadores sobre o assunto!
Por Débora Spitzcovsky, The Greenest Post – 02 de julho de 2018 – Já contamos aqui, no The Greenest Post, que o Brasil permite concentração 5 mil vezes maior de agrotóxico na água usada na agricultura do que países da Europa.
Mas este está longe de ser o único dado alarmante revelado na publicação Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia, da pesquisadora Larissa Mies Bombardi, que trabalha no Laboratório de Geografia Agrária da USP. Quer ver? Confira, abaixo, outras conclusões assustadoras da pesquisa.
1. O PERIGO POR TRÁS DO FEIJÃO E DA SOJA
O limite máximo de resíduos de agrotóxicos permitidos nos alimentos que chegam à mesa do consumidor também é discrepante, se compararmos Brasil e União Europeia.
Por aqui, permiti-se concentração 400 vezes maior do inseticida Malationa no feijão que é servido à população e índice 200 vezes maior do herbicida Glifosato na soja.
2. LIBERADOS AQUI, PROIBIDOS LÁ
O Brasil permite o uso de 504 agrotóxicos em suas atividades agrícolas. Destes, 30% já são proibidos na União Europeia.
Alguns (pasmem!) não são permitidos por lá há mais de uma década, por conta de seus comprovados danos à saúde dos seres humanos e do meio ambiente.
Por aqui, ao contrário, não só são permitidos como estão na lista dos agrotóxicos mais usados.
3. PARA FICAR ESPERTO NO MERCADO
Ainda segundo o estudo, no ranking dos alimentos consumidos no Brasil que possuem maior concentração dos agrotóxicos proibidos na União Européia estão, respectivamente, soja, citrus, milho, café e cana-de-açúcar.
Portanto, vale ter o dobro de esforço para evitar seu consumo!
4. LIBERADOS LÁ, MAS MUITO MAIS AQUI
Até quando os agrotóxicos são permitidos também na União Europeia, a concentração dos mesmos nas atividades agrícolas é muito mais permissiva no Brasil.
Para ter uma ideia, no caso do Glisofato, por exemplo, que é um dos agrotóxicos mais consumidos por aqui, a União Europeia autoriza o uso de até 2 quilos da substância por hectare agrícola, enquanto o Brasil permite até 9 quilos.
Ou seja, 450 vezes mais.
5. AGROTÓXICO NÃO TEM PÚBLICO-ALVO
100% da população está exposta aos malefícios dos agrotóxicos. Segundo o estudo, 8 brasileiros são contaminados por dia por essas substâncias.
Os trabalhadores rurais, claro, são as principais vítimas, seguidos por pessoas que vivem em regiões próximas às plantações e, na sequência, por consumidores finais.
E o mais assustador: para cada caso de contaminação notificado, estima-se que 50 (!) não foram registrados. Ou seja, o número de prejudicados é ainda maior do que conseguimos prever.
6. A SITUAÇÃO SÓ PIORA
Desde 2008, somos o país campeão em uso de agrotóxicos.
É isso mesmo: consumimos 20% de todo o agrotóxico comercializado mundialmente, abocanhando o (triste!) título de nação que mais usa esse tipo de substância (comprovadamente!) maléfica à saúde.
E, infelizmente, não devemos deixar a liderança desse ranking tão cedo. O estudo mostrou que, nos últimos 15 anos, aumentamos em 194% o uso de agrotóxicos em nossas atividades agrícolas.
Isso que é 7×1!
7. O GOVERNO INCENTIVA
Como se não bastasse permitir, o governo brasileiro ainda incentiva o comércio de agrotóxicos. Isso porque empresas produtoras desse tipo de substância têm 60% de desconto no imposto relativo à circulação de mercadorias no Brasil, entre outros benefícios.
Ou seja, na contramão dos países europeus, que adotam leis cada vez mais severas para o uso de agrotóxicos na agricultura, colocamos cada vez mais veneno no nosso prato – inclusive para poder aumentar a produtividade e exportar mais alimentos para fora.
Até quando?
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