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Rio de Janeiro é primeiro estado do Brasil a proibir produtos com microesferas plásticas

Os minúsculos pedaços de plástico, esferas menores do que a ponta de um alfinete, praticamente invisíveis a olho nu, se tornaram um imenso problema ambiental. Adicionadas a cosméticos, as partículas são feitas principalmente de polietileno (PE), mas também de polipropileno (PP), polietileno tereftalato (PET), polimetilmetacrilato (PMMA) e nylon.

Não biodegradáveis, elas passam pelo ralo e vão parar direto no sistema de esgoto. Como estações de esgoto não conseguem filtrar estas microesferas poluentes, o plástico acaba tendo como destino final o mar.

micropartículas de plástico

Menor que a cabeça de um alfinete, a microesfera de plástico vai direto do ralo para as águas dos oceanos

Todo este lixo é ingerido por peixes, aves e tartarugas marinhas, indo parar no estômago e intestino destes animais – muitas vezes, provocando a morte dos mesmos (cientistas estimam que até 2050, 99% das aves marinhas terão plástico no estômago). Ainda não se sabe, se nós –  os seres humanos – também somos afetados. Como estamos no topo da cadeia alimentar, é provável que estejamos absorvendo microesferas a partir dos alimentos que comemos.

Em iniciativa pioneira no Brasil, o estado do Rio de Janeiro acaba de sancionar uma lei que proíbe a fabricação, distribuição, comercialização, importação, divulgação, uso e descarte nos rios, córregos e mar de qualquer produto cosmético, de higiene pessoal e de limpeza, que contenha microesferas de plástico, sejam elas ocas ou maciças.

A Lei 8.090/18, de autoria do deputado Carlos Minc, foi publicada no Diário Oficial no dia 31/08. Agora as empresas que comercializam produtos com as microesferas de plástico têm um ano e meio para se adequar à norma.

A campanha internacional “Beat the Micro Bead (“Acabe com as microesferas”, em tradução livre) tem a adesão de quase 80 organizações governamentais de 35 países. Nos Estados Unidos, a lei assinada em 2016, como mostramos aqui, entrou em vigor gradativamente. Em julho de 2017, as empresas foram proibidas de fabricar os produtos e neste ano a venda deste tipo de cosmético ficou ilegal.

As microesferas plásticas são base de diversos produtos da indústria cosmética

Diversas empresas mundiais se comprometeram a deixar de usar as microesferas, inclusive, fabricantes brasileiras de cosméticos, como Natura e Boticário. Já existem diversas alternativas naturais que podem substituir o plástico para os produtos que se utilizam desse tipo de matéria-prima.

Vale lembrar que a cidade do Rio de Janeiro também se tornou, recentemente, a primeira do país a banir os canudos plásticos, como mostramos aqui, neste outro post.

Fotos – domínio público/pixabay (abre) e MPCA Photos/creative commons/flickr (demais imagens)

Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 04 de setembro de 2018

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