Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Economia de vizinhança – Compre em seu bairro
Por UOL – Economia
Quando você faz a opção pela compra do mês no mercadinho do bairro ou por frequentar aquele salão da rua ao lado, mais do que escolher a praticidade de ter tudo perto de casa, está contribuindo para um setor que gera mais da metade dos empregos em nosso país. E não só isso: você está fazendo parte de um movimento de equilíbrio social. Ao comprar um bolo da doceira da vizinhança, você indiretamente está contribuindo também para o mercado onde ela adquiriu os ingredientes, para o alfaiate que fez os aventais da equipe, para aquela gráfica que imprimiu os panfletos de divulgação e para o técnico que arrumou a batedeira quebrada. Uma simples escolha que mantém o bairro vivo e a economia circulando.
Existem mais 10 milhões de pequenos negócios no nosso país, ou seja, mais de 95% de todas as empresas que existem no Brasil, gerando 52% dos empregos formais, segundo dados do Sebrae. São mais de 17 milhões de pessoas empregadas.
Mas é claro que também existem vantagens para você. Além da praticidade de estar perto de casa, você encontra um serviço mais personalizado.
O consumidor do pequeno negócio acaba estabelecendo uma relação com o fornecedor e não sendo apenas tratado apenas como mais um. Otto Nogami, professor do MBA Executivo do Insper
Essas empresas também tendem a inovar e criar mais para se adaptar às necessidades de quem consome. “As micro e pequenas empresas são muito ágeis, se um produto ou serviço não está atendendo às expectativas, elas conseguem se adaptar muito rápido. E os empreendedores perceberam a importância da sustentabilidade, tanto para redução dos custos, quanto para agradar o cliente”, diz o consultor do Sebrae Júlio César Durante.
Emprego para quem sai das grandes empresas
Em tempos de crise, os pequenos negócios são essenciais. “O formato de emprego tradicional da indústria vem perdendo espaço para novos arranjos”, explica o professor de finanças do Ibmec, Gilberto Braga. Em um cenário em que as grandes empresas tendem a cortar pessoal para maximizar os lucros, ele também vê o pequeno negócio como local de uma distribuição mais democrática do lucro.
Segundo dados do Sebrae, no primeiro semestre de 2016, o número de demissões nas grandes empresas foi 12 vezes maior do que nas pequenas. “Hoje as grandes são mais competitivas porque terceirizam etapas da produção e, com isso, cortam vagas. As pequenas permitem que pessoas que saíram das grandes continuem produzindo”, explica Júlio César Durante.
Hoje, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 27% do PIB brasileiro e, segundo o consultor do Sebrae, isso não dá a verdadeira dimensão da importância delas: o PIB leva em conta as exportações e os pequenos negócios fazem circular muito mais dinheiro internamente.
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