No Brasil, governos locais e organizações parceiras estão cooperando para restaurar a biodiversidades da Mata Atlântica com árvores originais.
Desde os incêndios florestais na Amazônia, em 2019, assim como na Austrália e na costa oeste dos Estados Unidos, milhões de dólares foram destinados a programas de incentivo à restauração das matas com a plantação de mais árvores.
TerraMatch
A plataforma global TerraMatch reúne uma série de recomendações baseadas na qualidade do solo e nos tipos de árvores para facilitar a tarefa por parte de governos, inciativas privadas e cidadãos que participam do combate às mudanças climáticas.
A TerraMatch explica que é preciso compreender bem o terreno na hora de plantar para saber que tipos de árvores devem ser cultivadas em uma área em particular. Segundo o gerente da plataforma, Aaron Minnick, as pessoas apoiam a plantação de árvores por vários motivos. “A meta da TerraMatch é reunir os patrocinadores com os especialistas locais para desenvolver planos com base no entendimento mútuo e com muito mais chances de sucesso”.
Charles plantando no Bosque Sensorial Ana Domingues
A plataforma utiliza um algoritmo para combinar as ofertas com os projetos gerenciados por líderes experientes, capazes de fazer com que as árvores certas cheguem aos terrenos apropriados para o cultivo. O site está disponível em quatro idiomas: português (do Brasil), inglês, espanhol (do México) e francês.
Os patrocinadores recebem informação sobre o andamento dos projetos e os processos de análise, e os especialistas locais ficam a par de uma conexão de confiança sobre uma ampla carteira de financiamento.
O PNUMA afirmou que as árvores são, sem dúvida, um investimento inteligente para manter a temperatura do planeta na medida certa, absorver o dióxido de carbono e filtrar a poluição do ar. Elas também ajudam a mitigar os desastres naturais regulando a temperatura, estabilizando a terra e protegendo as plantações. As árvores ajudam ainda a reduzir riscos de patógenos passarem de animais para as pessoas.
Valdecir plantando no Bosque Sensorial Ana Domingues
A TerraMatch lembrou alguns exemplos de plantações em massa de árvores que deram errado. Árvores plantadas em áreas de pastagens na Austrália, no Brasil e na África do Sul acabaram causando danos às plantas locais e aos animais além de reduzir o fluxo hídrico da região.
Já no Quênia um tipo de árvores conhecido como Mesquita, cultivada para combater a desertificação, se espalhou de forma tão agressiva que aniquilou a vegetação nativa, bloqueando estradas e canais de irrigação, causando grandes perdas econômicas e à biodiversidade.
Mudas chegando para serem plantadas no Bosque Sensorial Ana Domingues
A técnica desenvolvida pela plataforma já ajudou a canalizar mais de US$ 2 milhões dos patrocinadores para os cultivadores. Nas florestas e fazendas de Ruanda, cooperativas lideradas por mulheres, estão plantando 42 mil árvores nativas, isolando terraços e encostas e evitando a erosão. Com isso, eles estão produzindo uma fonte sustentável de madeira e água para a comunidade.
Já na Amazônia peruana, os agricultores estão cultivando mais de 300 mil árvores para proteger a biodiversidade da Reserva Nacional Tambopata, além de proteger as plantações de cacau, que são uma fonte de renda para mais de 10 mil peruanos na região.
Renato plantando no Bosque Sensorial Ana Domingues
A TerraMatch informou que deve destinar mais fundos para o próximo ano. No México, proprietários de terra estão plantando cerca de 500 mil árvores conhecidos como Palo de Tinto. Assim, tentam proteger mais de 1,5 mil hectares de habitat de onças pintadas e de macacos bugio. A iniciativa também pode estocar 100 mil toneladas de CO2.
Nas florestas andinas, as comunidades indígenas estão plantando árvores medicinais, e que são fonte de alimento e de água.
A ONU declarou 2021 a 2030 a Década da Restauração dos Ecossistemas como parte de ações para reverter centenas de danos causados a florestas, pantanais e ecossistemas em todo o mundo.
Bosque Sensorial Ana Domingues
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