Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
Como tornar plástico convencional em plástico biodegradável
Foto da Sacola plásticas perfeitas ecologicamente e sanitariamente – D2w e D2p
Primeiro, assista ao vídeo e veja como funciona o plástico depois de usado e jogado em local impróprio.
Agora a explicação do motivo para utilizar as sacolas plásticas ecologicamente menos prejudicial ao meio ambiente
Por que mudar o plástico comum para plástico com vida útil programado?
As sacolas plásticas estão fazendo sua parte na sociedade, levando e acondicionando o que o que o consumidor coloca dentro delas.
O problema maior é a educação das pessoas que as utilizam e onde são jogadas.
Educação demanda tempo para ser conseguida, algumas vezes, demora gerações e a humanidade não tem mais todo esse tempo para poder reverter o quadro de destruição do planeta.
A FUNVERDE desenvolveu o projeto de revegetação de mata ciliar e plantou mais de 40.000 arvores nos fundos de vale de Maringá e os córregos, sempre muito, muito sujos, com todo tipo de poluição e sempre que pudemos, fazíamos a limpeza dos rios.
O que mais se encontra na limpeza são sacos e sacolas plásticas.
Proporcionalmente, 80% do lixo recolhido são sacos de supermercados com suas logomarcas aparecendo claramente e restos de sacos de lixo que são jogados neste local, 10% garrafas PET de água, refrigerantes, xampu etc., 2% de tecidos em geral (restos de tecido), 1% de vidros em geral, 1% de pneus de bicicletas, carros e caminhões, 5% de outros materiais, inclusive material utilizados em clinicas e hospitais como seringas, agulhas, pacotes de sangue etc. e 1% de metais em geral.
Este depoimento foi a alguns anos, e continua muito, muito atual!
Então o que fazer?
Educar? Sim, é o mais importante. Pedir para que não se jogue sujeira nas ruas, pelas janelas dos carros, depois de consumir uma cerveja ou refrigerante, dar o destino apropriado para todo o lixo.
Em 2005, iniciamos a procura de alguma tecnologia emergencial para degradação do plástico. Encontramos várias, mas optamos pela biodegradável pelo seu preço e por já estar disponível no mercado europeu há alguns anos.
Pesquisando, descobrimos que a tecnologia biodegradável necessitava de ambiente biologicamente ativo, ou seja, precisa de muitas bactérias para poder consumir este plástico, e isso não se encontra nos plásticos presos às raízes ou galhos de árvores, nas beiras de córregos, nas ruas e estradas, isso só é encontrado nos lixões ou aterros sanitários.
Os plásticos que estavam sendo acondicionados nestes locais não nos preocupava, pois já tinham tido destinação correta.
Por esta razão, optamos pela tecnologia biodegradável, que sempre se degrada, em qualquer condição, pois primeiro se oxida e após este processo, é consumida pelos micro-organismos.
Procuramos os laudos que haviam sobre processos de degradação dos plásticos aditivados, onde mostrava os efeitos causados ao ambiente.
Descobrimos que os plásticos biodegradáveis de amido, em sua degradação, emitem gás metano, que é 21 vez mais prejudicial ao planeta do que o carbono que é emitido pelo plástico aditivado.
Por que plástico biodegradável?
O plástico biodegradável tem o preço bem próximo do plástico convencional, é menos poluente, não contém metais pesados e se degrada em qualquer situação.
O plástico biodegradável é reciclável, devendo ter este destino quando coletado, assim como o plástico convencional.
O plástico biodegradável não contamina os processos de reciclagem, nem precisa de coleta separada como é o caso do plástico biodegradável.
O plástico biodegradável pode ser feito de material reciclado.
O plástico biodegradável é compatível com compostagem se este for seu destino, ou seja, podemos colocar os resíduos orgânicos em saco de lixo biodegradável e imediatamente colocar para compostagem.
Os motivos acima foram o suficiente para que a FUNVERDE se declarasse a favor desta tecnologia.
Na produção de gasolina, diesel e outros subprodutos do petróleo, a nafta – material do qual o plástico é produzido – é gerada. Se não for aproveitada, será queimada gerando CO2, sem ter tido utilidade para a humanidade.
Por isso, enquanto dependermos do petróleo como matriz energética, somos a favor de plásticos derivados do petróleo.
A FUNVERDE não consegue conceber a ideia de utilizar terra fértil tão preciosa e escassa, para utilizar no plantio de milho, cana e outros alimentos para matéria prima do plástico biodegradável.
A terra deve ser utilizada para plantar alimento para os seres humanos, que crescem a um ritmo alucinante.
Nós sabemos que o ideal, quando se trata de supermercados, é o uso de sacolas retornáveis, e isso já é realidade nos países mais desenvolvidos. O mal menor, hoje, na nossa sociedade, é a sacola biodegradável.
Qual o BEM ou o MAL do plástico BIODEGRADÁVEL depois de consumido.
SE FOR devidamente destinado para os aterros sanitários, em pouco tempo irá se decompor, evitando, como no caso dos plásticos convencionais, que se crie camadas de plásticos que impermeabilizam os aterros, impedindo a decomposição do lixo e gerando gases (metano por exemplo).
SE FOR jogado em local impróprio, como ruas, fundo de vale etc, irá para o local mais baixo, como os rios e lagos, finalmente o mar, ficando muito menos tempo exposto, pois em 18 meses no máximo, irá se degradar e posteriormente se biodegradar.
Para acabar com as dúvidas das pessoas que estão comentando que este plástico irá se fragmentar, aumentando a poluição, vamos dar o exemplo da melancia. Ninguém consegue comer uma melancia inteira, apenas se for fatiada.
Pois com os micro-organismos é a mesma coisa, por isso o plástico demora até 500 anos para se degradar.
A cadeia molecular do plástico é muito longa, sendo quase impossível de ser consumida pelos micro-organismos, mas a partir da degradação, o plástico está fatiado e pronto para ser consumido pelos micro-organismos, isto é, biodegradado.
O MAL
As pessoas que são contra o uso desta tecnologia dizem que contém metais pesados, mas sabemos que o metal pesado esta presente no pigmento (cor) do plástico no Brasil.
Os laudos que nos foi passado pela tecnologia D2W da Symphony comprova que não existe risco de contaminação dos produtos acondicionados diretamente ou não nas sacolas produzidas com este aditivo. Não existe risco de contaminação na natureza quando o processo de biodegradação finaliza.
Não interessa se o aditivo que degrada o plástico está presente ou não, a pigmentação é um contaminante.
Então qual o mal de se degradar em 18 meses ou em 100 anos? O metal pesado esta presente na tinta e não no plástico. Só estaremos deixando um problema para as futuras gerações resolverem.
A MÉDIO E LONGO PRAZO
Precisamos utilizar mais a sacola retornável que temos guardada em casa, já era boa e útil no tempo de nossas avós, ou seja, são antigas e boas. Deixe-as no porta-mala de seu carro e lembre-se de pega-las assim que chegar ao mercado.
Não temos a intenção de resolver o problema em um toque de mágica, mas sabemos que são as pequenas ações que farão a diferença na preservação ambiental, deixando um planeta melhor para as futuras gerações, os seres do amanhã.
Texto de Ana Domingues – 1964 – 2019
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