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Ideia que Darwin teve há 160 anos está sendo usada agora para salvar florestas
Por Wyllian Torres – Editado por Patrícia Gnipper – Canal Tech – 08 de Novembro de 2021
Em 1859, o biólogo Charles Darwin observou que uma mistura diversa de plantas geralmente crescem mais saudáveis e fortes do que aquelas que crescem sozinhas.
Hoje, mais de 160 anos depois, cientistas estão trabalhando para transformar a conclusão de Darwin em uma técnica padrão no cultivo de árvores, para, assim, melhorar a saúde das florestas, bem como aumentar a capacidade de armazenamento de carbono.
Por maiores que sejam os avanços tecnológicos das últimas décadas, quando o assunto é remover o dióxido de carbono atmosférico, as florestas ainda cumprem este papel como ninguém.
No entanto, só depois de uma crise climática já em curso é que os legisladores e proprietários de terra começaram a adotar a ideia darwiniana proposta há tanto tempo.
A Association of Applied Biologists (AAB), iniciativa do Reino Unido que reúne cientistas e legisladores de vários lugares do mundo, discutiu como a ideia de Darwin pode ser uma nova maneira de plantar árvores capazes de absorver e armazenar mais carbono com segurança.
No entanto, florestas são sistemas complexos e, portanto, apenas plantar mais árvores não é o suficiente.
Se realizado de forma inadequada e sem planejamento, o plantio de árvores pode até ser prejudicial, sobretudo se não houver compromisso com a diversidade de espécias, apontaram os cientistas da AAB.
De acordo com a linha de pensamento de Darwin, a diversidade de plantio de espécies garante a saúde das florestas, prologando também seu tempo de vida.
Os pesquisadores explicam que as florestas que seguem o modelo da diversidade no plantio tendem a crescer de duas a quatro vezes mais fortes do que florestas com apenas uma espécie.
Com isto, maximiza-se a captura de carbono e a resiliências das árvores contra doenças, mudanças climáticas aceleradas e climas extremos.
Ou seja: uma floresta mista garante nutrientes a partir de fontes diversas.
(Imagem: Reprodução/Unplash/Jan Huber)
A seleção natural, também apresentada por Darwin, garante a adaptação destas espécies ao seu meio.
O grande problema é que as mudanças em curso são bem mais velozes do que a escala de tempo de adaptação dessas espécies.
Embora algumas técnicas de edição de DNA possam acelerar um pouco desta adaptação, apenas uma mudança nas atividades humanas poderia reequilibrar o ciclo do carbono.
Os pesquisadores da AAB discutiram o estudo realizado em uma propriedade de Norbury Park, na região central da Inglaterra.
Ali, o “efeito Darwin” e outras medidas sensíveis ao clima foram aplicadas.
Agora, a área captura mais de 5.000 toneladas de dióxido de carbono anualmente — possivelmente a maior quantidade de carbono já armazenada no Reino Unido.
O governo inglês estabeleceu alguns requisitos para o plantio responsável de árvores em grande escala, constantemente revisados e aprimorados.
Mas ainda é necessário ponderar outras questões, como quais espécies plantar, onde e o que fazer após elas crescerem.
De todo modo, as florestas são uma importante aliada.
“Precisamos que as florestas sejam uma resposta prática, confiável e justa às nossas crises de clima e biodiversidade, e Darwin nos mostrou o caminho”, disse a equipe.
Vicky Jirayu / Shutterstock
Fonte: ScienceAlert, The Conversation
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