Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
ONG FUNVERDE luta para substituir sacolas plásticas por materiais menos agressivos
Sacola de plástico convencional ou de papel? Nenhuma. Use somente sacola retornável ou de plástico oxi-biodegradável.
Agência Brasil de 21 de junho de 2009
Alana Gandra
Rio de Janeiro – Desde 2005 a FUNVERDE, uma organização não governamental (ONG) sediada em Maringá (PR), vem lutando para conscientizar os consumidores sobre a importância da substituição de sacolas plásticas para a preservação da natureza.
O presidente da ONG, Cláudio José Jorge, disse à Agência Brasil que essa conscientização cresce entre a população mundial desde 2003/2004. “No Brasil, o movimento está estourando. Tem cidades e mais cidades que estão fazendo leis de proibição de sacolas plásticas de uso único”, informou.
Jorge comemorou o fato de a Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) ter marcado para a próxima quarta-feira (24) a votação de um projeto do governo do estado que prevê a substituição gradual, pelos estabelecimentos comerciais, das sacolas plásticas por materiais mais resistentes e reutilizáveis.
“Vocês têm uma cidade maravilhosa. No entanto, você vai nos fundos de vales e só vê plástico. Isso é uma coisa absurda. Nós não podemos deixar toda essa maravilha ser sucumbida pelo plástico”, sugeriu.
Feitos de resina sintética originada do petróleo, a maioria dos sacos plásticos utilizados no comércio não é biodegradável. Por isso, a campanha empreendida pela Funverde em prol do desenvolvimento sustentável conseguiu que esse tipo de sacola fosse substituída por outras feitas de plástico oxi-biodegradável.
A ONG começou a se preocupar com o problema da plastificação do planeta em 2004, quando desenvolveu o projeto Mata Ciliar, que tem como objetivo promover a revegetação de um rio por ano com árvores nativas.
Durante a limpeza dos rios, porém, a equipe da Fundação verificou que a sujeira voltava após as chuvas, revelando principalmente acúmulo de sacolas plásticas e embalagens PET. Para solucionar o problema, foi elaborado o projeto Sacola Ecológica, a partir do lançamento no país do plástico oxibiodegradável que em vez de demorar 500 anos para se decompor é incorporado ao solo em cerca de 18 meses, consumido por microorganismos.
Cláudio José Jorge explicou que o prazo para o plástico se degradar depende de como ele é jogado na natureza. “Se você tiver ele [plástico] sem oxigênio, vai demorar mais de 500 anos. Não tem como se decompor. Quando você o tem ao ar livre, vai demorar menos tempo. Mas, para nós, é uma eternidade”.
Segundo o presidente da Funverde, quando as sacolas plásticas são depositadas em lixões elas não causam tanto impacto porque ficam inertes. “O problema é quando ela [sacola] não está nos lixões.”
As sacolas oxi-biodegradáveis retiram de sua composição total 1% de plástico e adicionam 1% de aditivos químicos que quebram a cadeia molecular do plástico. Esse novo saco é feito do mesmo plástico que vem do petróleo mas com o diferencial de não ficar tanto tempo poluindo.
No Paraná, a Funverde conseguiu trocar todas as sacolas plásticas por sacos oxi-biodegradáveis desde abril de 2008. A meta agora, “com o tempo”, é atingir o nível da cidade de Xanxerê (SC), que aboliu por completo as sacolas de plástico, disse o presidente da ONG.
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