Por Pedro A. Duarte - Agência FAPESP - 12 de novembro de 2024 - Publicado…
Cientistas investigam milhares de pinguins mortos na Antartida por gripe aviária
Por Jake Spring – Reuters – 4 de abril de 2024 – Pesquisadores coletam amostras de vida selvagem, onde o vírus da gripe aviária H5N1 foi detectado, no Território Antártico Chileno, Antártida, nesta foto sem data obtida pela Reuters em 13 de março de 2024. Instituto Antartico Chileno/Divulgação via REUTERS /Arquivo Foto.
A gripe aviária já matou centenas, senão milhares de pinguins na Antártida?
Isso é o que os pesquisadores estão tentando descobrir depois que uma expedição científica no mês passado encontrou pelo menos 532 pinguins-de-Adélia mortos, com outros milhares que se acredita terem morrido, de acordo com um comunicado da Federation University Australia.
Embora os pesquisadores suspeitem que o virus mortal da gripe aviária H5N1 tenha matado os pinguins, os testes de campo foram inconclusivos, disse a universidade.
Amostras estão sendo enviadas para laboratórios que os pesquisadores esperam que forneçam respostas nos próximos meses.
Os cientistas estão preocupados com o fato da gripe H5N1, muitas vezes fatal, poder dizimar espécies ameaçadas de pinguins e outros animais no remoto sul do continente.
A doença espalhou-se de forma mais agressiva na vida selvagem e chegou à América do Sul em 2022 e rapidamente chegou à Antárctida, onde o primeiro caso de H5N1 foi confirmado em Fevereiro.
“Tem um potencial enorme na vida selvagem, que já está sendo afetada por muitas coisas como, por exemplo, as alterações climáticas e outras tensões ambientais”, disse Meagan Dewar, bióloga da vida selvagem da Universidade da Federação, que participou na última expedição.
Pesquisadores vestindo trajes de proteção coletam amostras da vida selvagem, onde o vírus da gripe aviária H5N1 foi detectado, no Território Antártico Chileno, Antártida, nesta foto sem data obtida pela Reuters em 13 de março de 2024. Instituto Antartico Chileno/Divulgação via REUTERS.
Dewar disse à Reuters que os pinguins Adelie mortos foram encontrados congelados em temperaturas abaixo de zero e cobertos de neve na Ilha Heroina.
Dewar e a pequena equipe de pesquisadores não conseguiram contabilizar todas as carcaças na grande ilha, estimando que milhares morreram no total em algum momento nas semanas ou meses seguintes.
Uma colônia de cerca de 280.000 Adelies se reproduz na Ilha Heroina a cada ano.
Tendo terminado a reprodução, os pinguins vivos já haviam partido quando a expedição chegou, disse Dewar.
A expedição de Dewar encontrou a presença da cepa H5 da gripe aviária na península Antártica e em três ilhas próximas em aves marinhas skua, predadores que se alimentam de ovos e filhotes de pinguins.
Cerca de 20 milhões de pares de pinguins se reproduzem na Antártica todos os anos, de acordo com o British Antarctic Survey.
Entre eles estão os pinguins-imperadores, que os cientistas temem que estejam quase extintos até o final do século, à medida que o gelo marinho diminuir devido às mudanças climáticas.
Derretimento do gelo marinho em 2022 levou milhares de filhotes de pinguim-imperador ao afogamento.
Os pinguins-imperadores podem agora enfrentar a ameaça adicional da gripe aviária mortal, disse Dewar.
“Existe agora a possibilidade de os pinguins-imperadores serem afetados na primavera do próximo ano”, disse ela.
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