Por Jean Silva* - Jornal da USP - 1 de novembro de 2024 - Tucuruvi,…
O plano da Vale para tirar o diesel da mineração
Por André Jankavski – Brazil Journal – 30 de abril de 2024 – A Vale e a Caterpillar vão desenvolver e testar caminhões elétricos e híbridos (movidos a diesel e etanol) de grande porte para uso em minas.
O acordo é uma das estratégias para a Vale cumprir suas metas de redução de emissões de carbono diretas e indiretas em 33% até 2030 – e se tornar net zero em 2050.
Atualmente, as emissões de diesel das operações de mina correspondem a 15% do total de CO2 emitido pela Vale.
Os caminhões são os responsáveis pela maior parte desta emissão, disse ao Brazil Journal o vice-presidente executivo de operações, Carlos Medeiros.
A Vale é a maior consumidora de diesel do Brasil.
A mineradora consome 1 bilhão de litros de diesel por ano: metade é usada por caminhões, e a outra metade por trens que transportam a produção da companhia – daí a importância de fazer essa transição o mais rápido possível.
Mas a parceria não deve render frutos no curto prazo: Medeiros disse que os primeiros caminhões elétricos e híbridos devem começar a ser testados somente em 2026.
“A Vale vai ter acesso a essas soluções em um momento que estamos cada vez mais próximos do nosso deadline, que é em 2030,” disse o executivo.
E mesmo quando os veículos estiverem devidamente testados e forem disponibilizados no mercado, a substituição não será toda de uma vez, pois o custo seria altíssimo.
Cada caminhão com capacidade de 240 toneladas – o mais usado pelas mineradoras – custa cerca de US$ 8 milhões após o pagamento de impostos, e tem vida útil de cerca de 20 anos.
Enquanto o caminhão elétrico e o híbrido ainda estão no papel, a Vale já está testando o modelo autônomo.
A mineradora tem 28 deles (sendo 14 produzidos pela própria Caterpillar outros 14 pela japonesa Komatsu) operando na mina de Brucutu em Minas Gerais.
Segundo Medeiros, os caminhões autônomos já têm métricas que mostram o aumento de eficiência: operação de maneira contínua 24 horas por dia, aumento da vida útil dos motores em 40% e dos pneus em 25%.
Esses ganhos não são triviais: a troca de um motor custa R$ 2,5 milhões, e a de um jogo de pneus, que costuma durar um ano, cerca de R$ 500 mil.
O projeto de eletrificação com a Caterpillar também inclui pesquisas para criar uma versão elétrica dos caminhões autônomos.
Esse é o segundo grande movimento para a diminuição do uso do diesel que a Vale fez em menos de um ano.
Em julho, a mineradora anunciou uma parceria com a Wabtec Corporation para desenvolver um motor movido a amônia para locomotivas.
“Esses acordos são fundamentais para a nossa estratégia de descarbonização. A nossa jornada é de estudar várias soluções e adotar as mais viáveis,” disse Ludmila Nascimento, diretora de energia e descarbonização da Vale.
O acordo com a Wabtec também inclui um pedido de três locomotivas a bateria FLXDrive que serão usadas na Estrada de Ferro de Carajás.
Hoje a composição é puxada por quatro locomotivas a diesel.
Este Post tem 0 Comentários