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Cruzeiros deixam rastro de lixo na costa brasileira

 
Há cerca de 15 anos os navios estrangeiros desfrutam de liberdade para explorar a navegação de cabotagem na costa brasileira.
 
E, pelo que relatam alguns passageiros, os cruzeiros marítimos ainda não amadureceram o suficiente para desenvolverem o turismo sustentável. Em determinado momento, os armadores – donos de todos os navios que faturam alto na temporada de novembro a abril, principalmente entre Rio de Janeiro e São Paulo – se queixaram da falta de cultura dos brasileiros. Denunciaram sinais de depredação das sofisticadas instalações de seus transatlânticos. No entanto, a contrapartida inexiste. Navios que cortam os mares brasileiros trazem, em sua tripulação, profissionais de capacidade duvidosa – pelo menos é o que fica no ar quando se registram mortes e até problemas sérios de saúde a bordo dos cruzeiros.
 
Pior: passageiros trazem ao conhecimento da Conapub um crime ecológico que contradiz a propaganda enganosa da sustentabilidade dessa atividade turística – citada por tratados e convenções internacionais.
 
Recentemente um navio da MSC ofereceu a uma turista – que se colocou a contemplar as águas de Angra dos Reis à noite – uma cena nada condizente com a pompa e retórica das empresas que vendem esses passeios.
 
Um rastro de lixo, onde se misturavam embalagens plásticas e esgoto, imagem digna dos piores dias do Rio Tietê.
A questão é: quem responde por isso? Quem reclama da suposta depredação de seus navios extremamente lucrativos – o que não diminui o lamento diante das citadas depredações – pode se dar o direito de poluir o mar?
Com a palavra a Abremar.

Fonte – CONAPUB de 22 de abril de 2010

Foto – Miguelángel

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