Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Problemática das sacolas plásticas é discutida na Fecomercio
FECOMÉRCIO de 21 de maio de 2008
http://www.fecomercio.com.br/site/videos.asp?id_video=785&id_area=8
Uma cidade como São Paulo gera 15 mil toneladas de lixo por dia, sendo que desse volume um quinto é de sacolas plásticas. Além de se acumular nos aterros sanitários, esse material também polui rios, mares e ainda provoca a morte de plantas e animais.
Preocupado com a busca de alternativas que substituam, ao menos gradualmente, o uso das sacolas plásticas, o Conselho de Estudos Ambientais da Federação do Comércio do Estado de São Paulo, presidido pelo professor José Goldemberg, promoveu nessa semana um debate sobre o tema. Na ocasião, a farmacêutica bioquímica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, a professora Maria Filomena de Andrade Rodrigues apresentou estudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas sobre as características técnicas das embalagens disponíveis hoje no mercado e daquelas que ainda estão em fase experimental. Também participou da discussão Roberta Cardoso, da Fundação Getúlio Vargas, que apresentou iniciativas adotadas pelo varejo em substituição às sacolas plásticas.
Para o presidente do Conselho de Estudos Ambientais da Fecomercio, José Goldemberg, é de grande importância a mobilização dos setores de comércio e serviços nessa discussão, pois além de serem um dos principais compradores de sacolas plásticas são eles também que têm o contato direto com o público, e que por isso pode sensibilizá-lo diretamente. Goldemberg acredita que o melhor caminho é o da conscientização do empresariado e consumidores.
Em sua apresentação, Maria Filomena abordou que a maior parte do plástico utilizado hoje é produzida a partir de recursos fósseis (não-renováveis), sendo que 90% deles não são biodegradáveis e nem compostáveis. Já os oxi-degradáveis, que poderiam ser uma alternativa ao plástico, no entanto, é importante ressaltar que se não estiverem nas condições necessárias para sua decomposição, ela não acontece. Além disso, segundo a pesquisadora não há estudos conclusivos acerca da segurança ambiental dos resíduos da decomposição dos oxi-degradáveis.
A bioquímica apresentou ainda alternativas inovadoras como a de polímeros de amido e biodegradáveis, que substituiriam o derivado de petróleo – que é a matéria-prima das sacolas plásticas. Além de se degradarem no prazo de meses, ele também tem menor impacto ambiental visto que são produzidos a partir de um material renovável. Infelizmente seu custo de produção ainda é alto e é necessário o aprimoramento dos polímeros biodegradáveis para serem produzidos em escala industrial.
Uma outra alternativa apresentada é a de polímeros polihidroxialcanoatos produzidos pela ação das bactérias em matérias-primas renováveis, como a cana-de-açúcar, por exemplo. Nessa prática, o polímero se forma no interior das bactérias, que depois são quebradas para a retirada do material. Vale ressaltar que esse composto pode ser utilizado não apenas na produção de sacolas, mas também de outros produtos plásticos. A idéia do plástico biodegradável da cana veio do próprio processo da geração do álcool que viabiliza a produção desse polímero a preços muito acessíveis.
Já Roberta Cardoso, da FGV, levantou a importância de se encontrar alternativas que preservem o meio ambiente, mas que também atendam às necessidades do consumidor. Sacolas retornáveis de tecido, sacolas de papel reciclado ou de aparas, engradados de plástico e caixas de papelão foram algumas das alternativas apresentadas. Em sua análise é importante que o varejo utilize alguns mecanismos que induzam o consumidor a levar uma sacola retornável para as compras, como por exemplo, conceder descontos e criar filas exclusivas para esse comprador consciente.
Mais informações:
Raquel Aranha
raquel.aranha@hotmail.com
(11) 8106.9377
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