Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
A luta contra a sacolinha plástica de uso único
Os supermercados brasileiros estão em guerra contra as sacolinhas. As três redes líderes em faturamento distribuíram 372,9 milhões de sacos plásticos a menos no ano passado. Uma delas quer eliminar para sempre o uso das sacolinhas até 2014. E é melhor o consumidor se acostumar: caixas de papelão e sacolas retornáveis, as chamadas ecobags, prometem ser a norma em breve.
Continha de menos: Carrefour, Pão de Açúcar e Walmart distribuem por mês juntos 450 milhões de sacolas. Se economizaram 372,9 milhões de sacolas em 12 meses, quer dizer que diminuiram menos do que distribuem durante um mês somente. Isto é, diminuiram a poluição que causam em quase nada e continuam poluindo o país com mais de 5 bilhões de sacolas por ano. Trocando de quantidade para valores, essas empresas estão jogando no lixo, fundos de vale, rios e mares 150 milhões de Reais por ano, o que é uma insanidade. Imagine se os acionistas destas empresas ficarem sabendo a sua diretoria executiva está jogando no lixo por ano o valor de 50 milhões do seu investimento, isso se pensar em um só mês, são 4 milhões por rede para entupir bocas de lobo, bueiros, rios e mares, matando peixes e animais com seu dinheiro. Em vez de se tornar um lucro, ainda se torna um pesadelo ambiental. Com este valor, o preço dos produtos vendidos poderiam ser menores, transferindo este valor para nós, a população em geral que comprar nestas grande redes. Tem louco para tudo nesse mundo. E você acionista das três redes, vai deixar por isso mesmo?
Ao total, todos os supermercados brasileiros consomem em média 12 bilhões de sacolas plásticas tradicionais anualmente. Os Estados Unidos, em comparação, consome 10 bilhões de sacos de papel – os americanos usam o material no lugar das sacolas plásticas.
O número de sacolas plásticas de uso único distribuídas anualmente passa de 20 bilhões e não os 12 bilhoes. Esse número é mascarado para diminuir o impacto ambiental das sacolas.
Sacola de papel é outra idéia imbecil, pois você está utilizando solo fértil e água limpa para plantar sacolas. é ilógico e um Genocídio!
“A questão das sacolas plásticas é debatida desde 2007”, explica o presidente da Abras, Sussumu Honda. “Agora, com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos pela Câmara dos Deputados, cada empresa tem se posicionado com sua estratégia para seu público”, afirma. Com a nova legislação, todos os setores – produtor, comerciante, consumidor final e serviço de limpeza urbana – serão responsáveis pelos materiais. Aliás, quem contratar serviço de reciclagem terá incentivos fiscais. A lei ainda precisa da aprovação do Senado.
Sim, Sussumu, começou a ser debatida por causa única e exclusivamente da FUNVERDE, que em 2004 decidiu acabar com as sacolas plásticas de uso único no país e está conseguindo, para horror da máfia do plástico.
O uso de sacolas de plástico disparou na década de 1980, quando os grandes supermercados se popularizaram. Atualmente, a produção de plástico é 20 vezes maior do que há 50 anos, sendo que 80% do lixo plástico é composto por embalagens utilizadas uma única vez. A ONG Iniciativa Verde afirma que colocar em duas sacolas de supermercado o que poderia ser levado em três reduz em 20% sua emissão de CO2 – gás que causa o aquecimento global.
E nós, da FUNVERDE, dizemos que se você levar suas compras em sacolas retornáveis, carrinhos de feira, caixas … você estára zerando a emissão de CO2 emitido por sacolas plásticas de uso único. Básico!
Disputa para ser mais ecoeficiente
O Grupo Pão de Açúcar – Extra, CompreBem, Sendas, ABC CompreBem e Assai – disse que reduziu em 30% (91 milhões de unidades) sua distribuição de sacolas plásticas. Ele possui um programa no qual clientes que usem sacolas retornáveis ganham vale-compras. No ano passado, os clientes da classe C, do CompreBem, foram os que mais adquiriram as sacolas retornáveis – ou “ecobags”.
O Walmart Brasil anunciou que estenderá para todas as lojas um programa que devolve ao consumidor o valor de R$ 0,03 de cada sacola não utilizada. O preço é calculado no caixa por cada cinco itens adquiridos – quantidade média de produtos embalados em uma sacola, de acordo com o Instituto Akatu. Assim, em uma compra de 200 itens, o cliente receberá R$ 1,20. Segundo a empresa, o programa já tirou do meio ambiente 22,8 milhões de sacolas plásticas e concedeu R$ 686 mil. Até 2013, o Walmart espera reduzir o uso de sacolas plásticas em 50%. No ano passado, conseguiram diminuir 10% (138,9 milhões).
Por sua vez, o Carrefour afirmou que quer banir o uso de sacos plásticos em quatro anos. As lojas da rede na França, China e Polônia já não oferecem a sacola plástica tradicional. No lugar, comercializará sacolas retornáveis e biodegradáveis, produzidas a partir do milho. Em 2009, a rede conseguiu diminuir em 15% (143 milhões de unidades) a distribuição de sacolinhas comparando ao ano anterior.
Ai, sacola de comida não dá, é genocídio! É roubar terra fértil e água limpa para plantar milho, mandioca, cana de açúcar, isto é, comida, para fabricar sacolas que serão utilizadas por meia hora e jogadas fora. Isto com mais de 1 bilhão de humanos passando sede e fome no planeta.
“Há poucos anos, as ações de cunho socioambiental feitas por empresas eram vistas pelo consumidor com muita reserva. Em pequisas sobre o tema, os clientes diziam que as empresas queriam ganhar vantagem”, conta o sócio-sênior da consultoria empresarial de varejo e de marketing GS&MD – Gouvêa de Souza, Luiz Goes. Hoje, Goes acredita que o consumidor valoriza mais essas ações desde que fique claro que não se trata de oportunismo. “Gradualmente, as empresas têm o desafio de associar a marca à preservação ambiental. Por isso elas têm investido, por exemplo, em construção de unidades que poupam mais o meio ambiente e na valorização dos funcionários”, diz Goes. Além disso, ser sustentável é um investimento que barateia os custos.
As opções são escassas
As sacolas plásticas são produzidas a partir do petróleo ou do gás natural, recursos não-renováveis, e demoram cerca de 400 anos para se decompor. Como alternativa, no lugar dela poderiam ser usadas sacolas recicladas. No entanto, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não permite a troca por questão de segurança à saúde. Outra opção seria sacolas de papelão. No entanto, é consumido 1,5 milhão de sacolas plásticas por hora pelos brasileiros — nos Estados Unidos, são cortadas nada menos que 14 milhões de árvores por ano apenas para abastecer esse mercado, um número inviável para os padrões daqui. Por sua vez, o plástico oxibiodegradável, que se despedaça em partículas minúsculas e considerado uma alternativa, é tema de polêmica. Segundo pesquisadores, os pedacinhos poderiam contaminar a água e serem consumidos por animais. Além disso, ele não pode ser reciclado.
Quem diz que plástico oxibiodegradável não funciona é porque está defendendo os interesses da petromáfia, a máfia do plástico, porque todos os testes foram feitos, pesquisas internacionais e nacionais, conduzidas por universidades e centros de pesquisas renomados. Mas ele não pode ser utilizado só para sacola plastica de uso unico enquanto não for banida, como também pode e deve ser utilizado para as outras embalagens plásticas de uso único, que corresponde a 80% de todo o plástico produzido no país para aproximar o ciclo de vida da embalagem ao ciclo de vida do produto contido na embalagem.
Quando à sacola plástica de uso único, essa deve sumir, desaparecer, ser banida da face da terra e a humanidade dar um passo atrás voltando a utilizar sacolas retornáveis, caixas, carrinhos de feira …
Fonte – Jornal Dia Dia de 06 de maio de 2010
Imagem – johngarghan
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