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Maioria das latas de alimentos e bebidas contém bisfenol A

Químico associado a câncer e diabetes infantil é encontrado também em embalagens plásticas e mamadeiras

O uso de bisfenol A e suas conseqüências à saúde é associada a contaminação dos alimentos e bebidas provenientes de embalagens plásticas. A presença do químico em latas é pouco divulgada, mas um estudo do National Work Group for Safe Markets, organização de grupos ligados à saúde e ao meio ambiente detectou BPA em 46 alimentos das 50 latas pesquisadas – isso corresponde a 92% das amostras. As embalagens foram recolhidas de despensas pessoais e de supermercados. Foram selecionados produtos como peixes, frutas, vegetais, feijão, sopas, tomates e molhos de tomate, refrigerantes e leite. A dupla amostragem ajuda a investigar a correlação entre a quantidade do componente encontrada em alimentos enlatados e o tempo de prateleira do produto. As latas fechadas foram enviadas para a Anresco, um laboratório inde pendente em São Francisco. Para determinar a concentração de BPA, os alimentos foram homogeneizados e testados. As latas não foram consideradas.

O bisfenol A é um composto químico e seu uso foi associado a uma maior incidência de problemas cardíacos, diabetes, anormalidades no fígado e também problemas cerebrais e no desenvolvimento hormonal em crianças e recém-nascidos. Alguns estudos também provam que o bisfenol é responsável pelo crescimento de células cancerígenas, diminuição de esperma e micropenia.

Atualmente, o bisfenol A é proibido em quatro países: França, Canadá, Costa Rica e Dinamarca. Nos Estados Unidos, pelo menos sete estados também já proibiram a fabricação de mamadeiras com o policarbonato. No Brasil, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), todas as determinações de produtos devem ser adotadas pelo Mercosul e, portanto, precisam ser aceitas dentro do bloco econômico antes de serem incorporadas na legislação de cada país.

Na pesquisa em latas, o nível mais alto encontrado em uma lata de vagem – 1.140 partes por bilhão (PPB). Em média os produtos apresentaram 77,36 ppb de bisphenol-A. Não foi encontrada uma correlação entre a idade do produto, o local de origem – se veio da despensa ou da loja- e o montante de BPA encontrado.

A exposição ao produto é especialmente preocupante para mulheres grávidas, bebês e crianças.

Se uma gestante com cerca de 20 anos, de físico mediano (71 Kg) ingerir apenas os alimentos selecionados na pesquisa vai facilmente elevar sua taxa de bisfenol-A a um nível similar aos que causaram problemas de saúde nos animais em laboratório. Para isso basta, por exemplo, que ela coma enlatados de manhã ou à tarde e simplesmente tome um refrigerante e coma ervilhas no jantar. Assim estará consumindo 138.19 μg, ou 1.95 μg/kg peso corpóreo de BPA.

A pesquisa aponta, ainda, que a quantidade de BPA em enlatados não pode ser presumida considerando o preço, a qualidade, o valor nutricional ou o local de compra dos produtos. Duas latas produzidas em semanas distintas podem apresentar uma diferença significativa no nível de BPA (1.140 ppb em uma e 296,2 em outra) como demonstraram as amostras.

Segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention) praticamente toda a população da América do Norte possui BPA em seu organismo. Mas alternativas já começaram a aparecer. Pesquisadores já identificaram vários substitutos para o produto que deverá ser usado em revestimentos interno das latas. Também existem outras embalagens sem bisfenol A, como vidro e a cerâmica, além de uns poucos plásticos não tóxicos. Essas substituições mais seguras ajudariam a quebrar o ciclo de contaminação química e a enorme quantidade de problemas de saúde associadas à exposição crônica e diária ao componente.

Fonte – GreenBiz / O Tao do Consumo

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