Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Os enlatados e o bisfenol-A
Do site O Tao do Consumo.
No mês de maio, entramos em contato com alguns fabricantes de alimentos e bebidas para saber se o bisfenol-A era utilizado nas embalagens dos produtos enlatados. Através do S.A.C, tanto por formulário online como pelo telefone, O Tao do Consumo, ouviu a Coca-Cola, Pepsi, Quero Aliementos, Itambé, Jurema e a Unilever. Na maioria das empresas, os responsáveis pelo atendimento nem sequer sabiam o que era o ‘tal bisfenol’. Em nenhum contato a resposta foi imediata. Muitas chegaram somente agora, praticamente um mês após os primeiro contato.Seguem as respostas que conseguimos:
Coca-cola
Afirmou utilizar o bisfenol , na forma de verniz, para o revestimento de suas embalagens de lata em quantidade mínima. A empresa também reforçou que o nível utilizado está dentro do limite considerado seguro pela Anvisa.
Pepsi
Informou não ter a informação, mas que uma consulta à área responsável seria realizada e, tão logo a resposta fosse obtida, seria feito um novo contato. Até o momento não obtivemos resposta.
Unilever
Afirmou que utiliza o bisfenol na embalagem de seus produtos dentro do limite considerado seguro e permitido pela Anvisa.
Jurema
Não obtivemos resposta até o momento.
Quero Alimentos
Não obtivemos resposta até o momento.
Itambé
Não obtivemos resposta até o momento.
Podemos falar de nível seguro? No Brasil, a diretiva da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil) é normalizada junto ao Mercosul e foi revista em março de 2008. Esta lei se baseia na da Comunidade Europeia de 2004 e define como 0,6 mg/kg o limite de migração máximo permitido em embalagens para alimentos e bebidas. A Anvisa ainda considera esse número seguro e ainda não se manifestou sobre novas pesquisas e discussões em andamento nos Estados Unidos e Europa que demonstram que, mesmo em quantidades mínimas, o químico é prejudicial à saúde. Uma pesquisa recente feita pelo National Workgroup for Safe Markets, um grupo de defesa ao consumidor, com a colaboração de 19 organizações que incluíram o Breast Cancer Fund, e a Universidade Tufts compilou resultados de várias pesquisas e relacionou quantidades de exposição de BPA a danos à saúde. Os resultados podem ser vistos na tabela abaixo:
Desde então, o Food and Drug Administration (FDA) – a agência responsável pela regulamentação de medicamentos e alimentos nos Estados Unidos – está revendo sua posição e irá investir na pesquisa dos efeitos prejudiciais à saúde do BPA em baixas doses e estudará uma forma de reduzir a exposição ao químico.
No mês de junho, relatório sobre químicos tóxicos da Agência Federal do Meio Ambiente da Alemanha, colocou os produtores de bisfenol em alerta. O receio de consumidores e as recentes pesquisas sobre a periculosidade do químico levaram à recomendação de substituição imediata do bisfeneol. A agência que regula produtos químicos na Europa – REACH (Registro, Avaliação e Autorização de Substâncias Químicas)- reforça a responsabilidade da indústria química. As empresas que fabricam o bisfenol A, ou que utilizam a substância, são responsáveis pela avaliação dos riscos do químico em todo seu ciclo de vida e devem minimizá-los.
Como medida de precaução, Canadá, Dinamarca, Costa Rica e França já proibiram o bisfenol A em mamadeiras e outros produtos infantis. No Japão, sem que fosse preciso alguma atitude do governo, fabricantes de produtos infantis decidiram retirar o BPA da formulação de embalagens de alimentos. Nos EUA, além de Vermont, Connecticut, Maryland, Minnessota, Washington e Wisconsin baniram o químico.
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