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Jaú, SP – Carregando as compras com ecologia

Ao que tudo indica, as sacolinhas de supermercados estão com seus dias contados. Em Jaú, professora desenvolve sacola ecológica que reaproveita o couro e ajuda o meio ambiente

Parece cena de comercial antigo, uma mulher entra no mercado, faz suas compras e depois sai com uma bela sacola de pano. Embora pareça coisa de cinema, isso está se tornando cada vez mais comum no dia a dia da população.

No mundo todo, mais de 500 bilhões de sacolas plásticas são produzidas por ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia ou a 1 milhão por minuto. No Brasil, 1 bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente, uma proporção de 66 sacolas por habitante. No Brasil, anualmente mais de 30 bilhões de sacolas são usadas por meia hora e depois descartadas no ambiente para ficar poluindo por 500 anos.

A maior parte delas tem dois destinos: o lixão ou a natureza.

No meio ambiente cada sacola leva anos para se decompor. Isso quando não acabam servindo de alimento para animais que morrem por não conseguir digerir o produto. Com a Lei Municipal que entrou em vigor no dia 30 de julho, proibindo estabelecimentos de distribuir sacolas que não sejam a oxibiodegradáveis, a diminuição já pode ser sentida. No ambiente, as sacolas de uso único fabricadas com plástico convencional levam 500 anos para se decompor.

Segundo a tecnóloga em meio ambiente e recursos hídricos da secretaria de Meio Ambiente, Breyla Baricelli, o departamento buscou uma forma de incentivar o uso das sacolas ecológicas. “Fomos atrás de patrocínio pra fazer cinco mil sacolas ecológicas para o pessoal trocar por 1kg de alimento. Elas logo acabaram e, por fim, os alimentos foram entregues para o Fuss que destinou à famílias carentes”.

Sacolão

A professora Vandete Garcia de Moraes dá aulas há 20 anos no Centro Cultural de Jaú e já aderiu à nova forma de se fazer compras. Ela teve uma ideia inovadora ao criar uma sacola com couro e começou a ensinar o método a seus alunos. “Como agora as pessoas estão levando sacolas no mercado, decidi fazer um sacolão de couro”.

Vandete trabalha com couro desde 2001 e diz ter começado a utilizar o material em seus trabalhos devido a grande quantidade que é desperdiçada por fábricas de Jaú. “Começamos a ver que todo aquele lixo estava sendo jogado e que ninguém fazia nada. Sobravam muitos restos de couro e a prefeitura não vencia recolher”. E foi assim que surgiu a ideia da professora.

O “Curso de Couro”, com retalhos do produto, ensina os alunos a fabricar porta-moedas, almofadas, tapetes, bolsas e, agora, a novidade ecologicamente correta ‘sacolão de couro’. Essa é uma ecobag (bolsa ecológica) diferente, com a cara da cidade e que ajuda a preservar o meio ambiente. “Apesar de não ter espaço para as compras do mês, dá para levar as compras da semana”, diz Vandete. Ela afirma que o produto é mais resistente que as sacolas de pano disponíveis no comércio.

O único problema é o custo. No início muitas fábricas disponibilizavam os retalhos de couro gratuitamente. Com o tempo as doações diminuíram tanto que o Centro Cultural passou a comprar o material. “Ainda têm algumas fábricas que doam, embora sejam poucas. A maior parte tem medo, porque acha que jogaremos as sobras em qualquer lugar. Mas nós aproveitamos quase tudo, até fazemos almofadas de bolinha que usam pedaços ainda menores” explica.

Quando não existem doações, o único caminho é a compra do material para que os 15 alunos, em duas turmas, possam aprender o que fazer com os retalhos. “Fica caro para fazer um sacolão de couro se você tiver que comprar. Usamos 80 quadrados de 8 centímetros, cada um deles sai por R$ 0,30 centavos, e depois usamos mais R$ 4 de barbante. Então, para cada bolsa, gastamos R$ 30”, lamenta.

Vandete faz um apelo para que as fábricas de calçado ajudem com doações. “Se as fábricas doarem o que sobra do couro, poderemos fazer mais bolsas e elas não estarão jogando os restos em qualquer lugar. No final todos saem ganhando”.

Fonte – Agência Bom Dia

Sacolas retornáveis podem ser fabricadas a partir de qualquer material, sempre aproveitando o material que seria descartado. Cada cidade uma realidade, uma oportunidade de se criar arte para o transporte das mercadorias.

Parabéns à cidade de Jaú e aos seus habitantes, que acabam de se livrar de um dos grandes problemas que a humanidade está enfrentando, o lixo. Graças a esta lei e à criatividade de pessoas como a Vandete, a cidade fica livre de 10% de todo o lixo gerado diariamente, as famosas sacolas plásticas de uso único de plástico convencional. O planeta e a humanidade agradecem.

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