Por Elton Alisson - Agência FAPESP - 19 de abril de 2024 - Cerca de 90% da…
A área de agricultura quase triplicou no Cerrado em 17 anos
O crescimento da área de agricultura e de cana-de-açúcar no Cerrado (Foto: MapBiomas)
Os cultivos como um todo cresceram de 7,4 milhões para 20,5 milhões de hectares de 2000 a 2016. Aumenta a necessidade de pensar no uso sustentável da terra
A maior mudança na ocupação do Cerrado foi a expansão da agricultura. Os cultivos como um todo cresceram de 7,4 milhões para 20,5 milhões de hectares, entre os anos 2000 e 2016. Só a cana foi de 926.000 para 2,7 milhões de hectares. Essa expansão, principalmente na região do Matopiba (área nos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), ajudou a impulsionar o desmatamento do Cerrado, com consequências para a segurança hídrica.
Esse é o resultado de uma análise dos dados do MapBiomas, sistema de informações sobre os biomas brasileiros montado por uma coalizão de ONGs e centros de pesquisa.
A vegetação cumpre várias funções importantes, como manutenção de mananciais, regulagem do clima, estoque de biodiversidade e contenção da erosão. Mas ninguém precisa abrir mão da produção agrícola para preservar o Cerrado. Sua conservação depende menos de reduzir atividades econômicas e mais de praticá-las de forma sustentável. Boa parte da resposta está no jeito de usar as terras para a pecuária.
Comparação da área do Cerrado ocupada pela agricultura com a usada para a pecuária, entre 2000 e 2016 (Foto: MapBiomas)
A pecuária ocupa uma área 4,5 vezes maior que a agricultura no Cerrado. Boa parte da expansão dos cultivos acontece em áreas que já eram de pastagens. E a pecuária avança em cima de novas áreas de vegetação nativa, com novo desmatamento. Nos últimos 17 anos, a área ocupada pela pecuária cresceu de 76 milhões para 90 milhões de hectares. A predominância da pecuária aumenta a importância de esforços para um uso mais sustentável das terras. Investimentos em produtividade permitem a criação de um rebanho maior sem expansão da área ocupada.
Fonte – Alexandre Mansur, Blog do Planeta de 14 de maio de 2017
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