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A China mostra hoje o caos mundial de amanhã

Vamos expor a seguir uma situação em que o raciocínio lógico vem facilmente à nossa razão. É uma circunstância que se mostra tão clara e evidente que não precisa de extensas argumentações. Todas as pessoas que possuem em plena atividade os cinco sentidos básicos são capazes de perceber o momento histórico por que passa o ambiente em que vivemos.

Nossas observações não passam de pontos óbvios. Mas abordamos esses pontos porque sentimos a necessidade de fazê-lo, pois é atributo humano gritar um aviso sobre a aproximação de qualquer perigo à vida. O que nos implica é que grande parte da população ainda não enxergou, não percebeu, não sentiu a obviedade do que vamos tratar.

Se estivermos caminhando numa estrada rumo a um ponto pré-estabelecido, estamos num processo dinâmico de deslocamento e, se não surgir fato novo que nos impeça de continuar ou mudar de rumo, chegaremos afinal àquele destino. Isso é conseqüência do fator tempo, que não pára e segue sempre em frente, imperturbável, produzindo as conseqüências das ações causais, boas ou más, dos fatores de um sistema. Está fora do poder humano parar o tempo. Eis ai um fato a que devemos dar o devido respeito e consideração.

Diz o ditado popular que “pelo dedo se conhece o gigante”. Em outras palavras: pela amostra se conhece o todo. Desprezando-se outros fatos de conhecimento geral, pelos quais fica clara a ação predadora da modernidade, está à mostra, hoje, mais uma evidência: o futuro caótico desta civilização mostrado no exemplo modernista da China.

Aquele país oferece ao mundo um espelho perfeito que reflete o futuro do planeta. Aquela nação tem todos os ingredientes necessários para empreender a viagem pioneira à modernidade materialista, cujo objetivo é a ilusão do nada, conseguida pela destruição do meio ambiente da vida.

A China, com ações desvairadas de progresso material, estimuladas pelos interesses lucrativos do capital internacional, vem mostrando ao mundo aonde leva esse insano procedimento. Com a intenção de realizar em 20 anos o que levou 300 anos na América do Norte, suas ações aceleradas forçaram o tempo natural, ultrapassando as fronteiras do porvir. Isso vem propiciar ao restante do mundo o privilégio de antever as conseqüências de um viver unívoco assentado na ganância individual. Aquele país se esquece que o objetivo da vida é viver. Para isso, basta preservar as fontes que a sustentam, como o bom senso indica. O resto vem de graça, que a Natureza é pródiga.

Estamos assistindo naquele país e regiões adjacentes ocorrências naturais excepcionais cuja gravidade e importância não deveriam ser ignoradas, mas divulgadas ao máximo. Infelizmente, são desprezadas pelo governo chinês e pela mídia mundial. Citamos, a seguir, alguns eventos mais conhecidos:

a)avanços, por fortes ventos, dos desertos do oeste para leste, impedindo o normal funcionamento urbano e diminuindo a área cultivável;

b)desequilíbrio no micro-clima, causando secas severas e chuvas torrenciais, em locais diversos, com as conseqüências adversas tais como desmoronamentos, inundações, frustração de colheitas;

c)envenenamento permanente do ar, obrigando a população das grandes cidades a usarem máscaras paliativas, subvertendo as condições mínimas da vida;

d)aumento abrupto da pegada ecológica;

e)devido ao excesso populacional – 1,3 bilhões, equivalentes a 20% da mundial –, conjugado com as adversidades mencionadas, a terra produtiva tem sido cultivada até ao máximo de sua capacidade, ocasionando seu esgotamento;

f)os reflexos negativos das atividades progressistas da China têm alcançado as regiões próximas, mostrando que, para a Natureza, não existem países, pois todas as partes da esfera terrestre são interdependentes;

g)a água potável já está faltando em diversos locais, ocasionando intervenção radical do governo na sua distribuição. As águas contaminadas vêm provocando problemas de saúde naquele formigueiro humano.

Que a pequena amostra da ganância materialista chinesa sirva para retirar dos cegos a venda que os impede de enxergar a realidade que o progresso provoca. Fica evidente que as ações humanas da atual civilização seguem rumo equivocado.

Mostra o exemplo chinês que desenvolvimento e progresso são objetivos egoísticos e desestabelizantes do frágil ambiente vital. São incompatíveis com a preservação ambiental. As transformações que a atual civilização tecnológica faz na Natureza nunca permanecem impunes.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e colunista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

O livro “Agora ou Nunca Mais“, está disponível para acesso integral, gratuito e no formato PDF, clicando aqui.

Fonte – Ecodebate de 17 de agosto de 2010

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