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A grande farsa dos supermercados em Jundiaí pode se espalhar pelo Brasil

Para os desavisados, até que parece positiva para o meio ambiente a campanha da Associação Paulista de Supermercados – APAS – e da Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS – de uso de sacolas plásticas compostáveis, campanha esta que ameaça se espalhar pelo país.

Mas as aparências enganam. E enganam o consumidor, as autoridades e toda a sociedade. Na realidade, os supermercados passaram a vender, por R$ 0,19 – isso mesmo, dezenove centavos a unidade -, sacolas plásticas que são fabricadas com alimentos – amido – misturado com derivados de petróleo.

É isso mesmo, caro cidadão. Os espertos dos supermercados deram uma pintada de verde – greenwashing – na sacola para posar de preocupados com o meio ambiente.

Na sacola está escrito “Vamos tirar o planeta do sufoco”. Na verdade, a frase correta deveria ser  “Vamos tirar os supermercados do sufoco”.

Esta sacola desvia alimentos da população e por consequência o preço da comida vai aumentar para todos nós. Isso já aconteceu recentemente no México.

Usam terras férteis e água fresca para plantar fontes de amido – batata, milho, mandioca, arroz, trigo … qualquer planta que contém amido é potencialmente uma produtora de plástico -, muitas vezes de fontes transgênicas.

O cultivo do amido usa fertilizantes nitrogenados e isso forma o gás oxido nitroso, 300 vezes mais potente como gás efeito estufa. Depois a sacola vai para no lixo. Se a biodegradação acontecer em local sem oxigênio, também vai gerar o explosivo gás metano – aquele que explodiu o Morro do Bumba em Niterói e matou dezenas de pessoas -. Este gás é 23 vezes mais potente como efeito estufa.

Devido a sua composição, estas sacolas não podem ser recicladas juntamente com os plásticos comuns. Os supermercados querem destruir a reciclagem?

Além disso, só serve para biodegradar em ambiente controlado de compostagem industrial. Ora, existe coleta separada e destino destas sacolas para usina de compostagem? Existe usina de compostagem industrial em Jundiaí? quantas usinas deste tipo existem no Brasil?

Se não existe destino adequado, elas não cumprem norma nenhuma de compostagem. É mais comida que vai ser jogada fora, agora na forma de sacolas. E muito dinheiro no caixa do supermercado.

Ah, claro, eles vão dizer que estão vendendo pelo preço de custo. Claro que estão. A economia está no fato que eles deixaram de comprar, estocar e fornecer de graça um monte de sacolas. Até que isso parece positivo numa primeira leitura. Mas não é.

A verdade é que os custos das antigas sacolas plásticas já estavam embutido nos preços dos produtos que eles vendiam para você consumidor. Alguém viu aos preços dos produtos caírem depois que eles passaram a vender sacolas feitas de comida, alimento que vai faltar nos pratos de milhões de pessoas?

Para o golpe e a farsa se tornarem perfeitas e “tirar os supermercados do Sufoco”, é claro, o preço dos sacos plásticos para lixo disparou em Jundiaí. Coincidência? Passaram a vender sacolas feitas de comida … as pessoas não compram por que é caro … e o preço dos sacos de lixo dispara …

Alô Procon!!! Alô IDEC!!! Alô Pró Teste!!! Alô Defensores públicos!!! Alô ANVISA!!! Investiguem estes fatos.

Será que tem cartel e monopólio de fabricação, de produto, de matéria prima e de preços? Será que a matéria prima tem registro na ANVISA?

Por que outros tipos de sacolas com ciclo de vida útil controlado – papel e oxibiodegradável – não podem ser comercializadas nesta cidade?

Todos sabem que a FUNVERDE luta desde 2005 para banir, ou ao menos diminuir o consumo de sacolas plásticas de uso único. Nestes anos estudamos todas as alternativas e apoiamos aquelas que apresentam menor impacto para o meio ambiente.

O que não podemos permitir, nem nos calar, é diante deste crime contra a humanidade e o planeta que estes supermercados e suas associações estão promovendo. Deixem de comprar nestes supermercados. Compre em outra cidade!

A FUNVERDE sempre disse que a melhor opção é não usar sacolas plásticas de uso único, dê preferencia a sacola retornável, não use sacolas plásticas feitas a partir de amido (comida), caso seja necessária a sacola plástica de uso único, utilize as sacolas plásticas oxibiodegradáveis que podem ser recicladas e tem vida útil programada, ou seja, não é eterna, vamos fazer a nossa parte para podermos ter um futuro para nós, nossos filhos, netos e todos os seres que ainda não nasceram neste planeta.

This Post Has One Comment

  1. Sou moradora de Jundiaí e longe de mim defender os supermercados que aqui praticam preços absurdos em qualquer época do ano, seja qual for o motivo. Mas posso dizer o que vejo quando faço compras, a população aderiu tão bem a idéia de parar o uso de sacolas, que mesmo essas vendidas pelos supermercados não são tão consumidas e o que mais vejo é o uso de caixas de papelão cedidas pelos supermercados, as sacolas feitas de tnt, cestos, carrinhos de feira e até mesmo nenhum dos anteriores. Eu mesma quando compro pouca coisa tiro do carrinho e coloco direto no carro. Mas o movimento do não uso das sacolas plasticas foi muito forte e o que menos vejo é o uso das biodegradaveis pois ninguem quer comprar se já possuem suas próprias sacolas. Vejo o pessoal se virando para levar suas compras embora e acho que isso foi o mais importante. Agora, nada é perfeito e ninguém fica sem ganhar com qualquer tipo de situação. Mas acho que se vocês estão dispostos a falar sobre os efeitos da retirada de sacolas plasticas dos supermercados, deveriam também expor o lado do consumidor que aderiu de bom grado a retirada das mesmas. Tratem dos dois lados, não só dos supermercados que nunca sairão perdendo com nada. Vamos ser justos e abordar sobre o efeito positivo que isso causou na maioria dos consumidores de Jundiaí, que possuem suas próprias sacolas e não colaboram com o consumos dessas sacolas de amido ou qualquer outra. E deveriam ainda incentivar o resto do comércio a parar também de dar sacolas plasticas, pois digo com propriedade, as pessoas se viram e estão dispostas a melhorar.

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