Por José Tadeu Arantes - Agência FAPESP - 31 de outubro de 2024 - Estratégia…
A valorização do tripé da sustentabilidade
o último dia 21, as cooperativas de Maringá receberam a primeira etapa da Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR). No dia 28 tem a inauguração da central de triagem das cooperativas. A Funverde, organização sem fins lucrativos, se orgulha de ter participado ativamente no processo de viabilização dos empreendimentos.
Em 2012, a Funverde tomou conhecimento, através do Sindibebidas, de um projeto semelhante na cidade de Curitiba. Na época, estávamos em plena batalha para impedir a incineração de materiais recicláveis, considerado um crime contra a humanidade já que destrói recursos naturais ao invés de reciclá-los.
No mesmo ano, conhecemos a CVMR – Central de Valorização de Materiais Recicláveis de Pinhais. Naquele mesmo dia percebemos que Maringá precisava de um empreendimento similar e que seria uma opção ambientalmente correta à incineração. Desde então, nos empenhamos para implantar este projeto em nossa cidade, um sonho que agora se torna realidade.
O projeto foi concebido originalmente pelo Sindbebidas-PR – Sindicato das Indústrias de Cerveja de Alta e Baixa Fermentação, da Cerveja e Bebidas em Geral, do Vinho e Águas Minerais do Estado do Paraná, que se juntou a outros sindicatos industriais e criaram a CVMR. O modelo de funcionamento é o mesmo de uma cooperativa, só que é composta de cooperativas de catadores de recicláveis formando uma cooperativa de segundo grau, a Coopercentral.
Em uma cooperativa normal, o volume de produtos separados, como papelão e pet entre outros é pequeno e acaba sendo comercializado com atravessadores, que ficam com grande parte do lucro. Quando se vende para uma cooperativa de segundo grau, como a CVMR, o volume aumenta muito, possibilitando que se venda diretamente para a indústria, eliminando o atravessador, melhorando o valor da comercialização e consequentemente, a renda do cooperado. Se houver sobra no final do ano contábil, existe a distribuição do lucro para as cooperativas que compõem a CVMR.
A central, inicialmente, irá receber material de cerca de 100 catadores pertencentes às sete cooperativas da cidade de Maringá – Coopermaringá, Coopernorte, Cooperpalmeiras, Coopercicla, Cooperambiental, Coopervidros e a Coopercanção. A pretensão é que as cooperativas em um raio de 100 quilômetros possam se juntar à CVMR.
Os investimentos são da ordem de R$ 3,1 milhões. O termo de cooperação para a CVMR foi assinado entre a prefeitura de Maringá, que está dando uma contrapartida de R$ 650 mil. A implantação atende à lei federal de resíduos sólidos (12305/2010), que dispõe sobre a destinação final de materiais recicláveis pelas próprias empresas que os produzem. O projeto é dividido em duas fases em Maringá, sendo a primeira em um galpão de 800 metros para alojar a CVMR e, na segunda fase, a implantação do processamento de plásticos em outro galpão.
Atualmente Maringá produz 400 toneladas de resíduos por dia. Da parcela composta por material reciclável, nem tudo é aproveitado. Hoje, recicla-se entre 3% a 4%. Com a CVMR, esse percentual pode aumentar significativamente.
Para a Funverde o projeto é um exemplo perfeito do tripé da sustentabilidade, pois contempla os aspectos ambiental, social e econômico.
Ana Domingues, Instituidora da Funverde
Fonte – Dirceu Herrero, O Diario do Norte do Paraná de 27 de julho de 2016
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