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Ação humana tira ‘brilho da terra’ e acentua calor no planeta, aponta estudo
Por Redação Jovem Pan – 21 de novembro de 2022 – Derretimento do gelo no Ártico e diminuição da cobertura de nuvens baixas sobre o leste do Oceano Pacífico, devido ao aquecimento da temperatura no oceano, prejudicam a reflexão de luz solar – Foto: Pixabay – Derretimento do gelo causa perda de refletividade da Terra, o que acentua ainda mais o aquecimento global
Cientistas estadunidenses do Observatório Big Bear Solar apontam que a Terra está perdendo o seu “brilho”.
Ao analisar as mudanças do gelo no Ártico, foi verificado que a cor escura tem reflexos diretos na temperatura e refletividade do planeta, como explicou o meteorologista Francisco de Assis, em entrevista à Jovem Pan News:
“A perda de gelo já vem ocorrendo há bastante tempo. Tanto que a Organização Mundial de Meteorologia, há uns seis ou sete anos atrás, já tinha feito a avaliação de que o Ártico tinha perdido 40% da espessura do gelo. Na proporção que vai perdendo o gelo, vai aparecendo mais o solo normal da Terra. Então, o reflexo da radiação solar diminui. Quando você tem uma maior cobertura de solo branco, o branco dá maior reflexão para a atmosfera. Quando você tem um corpo escuro, quase não tem reflexão. Por exemplo, o asfalto não tem reflexão nenhuma para a atmosfera e absorve todo o calor e radiação solar que chega. Se você tem um corpo mais branco, ou com cores mais suaves, aquela reflexão é maior para a atmosfera. Está acontecendo isso no Ártico e é exatamente a prova da perda de gelo”.
Ao medir a luz solar refletida da Terra para a parte escura da lua durante à noite, os cientistas analisam o brilho do planeta e a refletividade.
Os estudos sugerem que a cobertura de nuvens baixas sobre o leste do Oceano Pacífico está diminuindo devido ao aquecimento da temperatura no oceano.
As nuvens agem como um espelho que reflete a luz do sol de volta para o espaço e sem elas há a diminuição do reflexo.
De acordo com os cientistas, essa é uma ameaça real ao brilho do planeta Terra, com consequências diretas no clima e no meio ambiente.
“A emissão de gases cada vez mais está aumentando. Já passou de 400 milhões por metro cúbico, como as medições têm mostrado. Tem que haver uma redução. E mesmo com a redução o efeito na atmosfera não é linear, não é imediato. Nesses 180 anos, não tem ciclo que mostre um período quente e um período frio. A gente teve um período frio que passou mais ou menos nos anos de 1900 até 1960, e depois não teve quase período frio ou período quente. Agora começou um período quente dos anos 80 para cá que não baixou mais a curva. Para essa curva baixar, se tiver maior contribuição do homem, vai demorar muito tempo ainda para baixar essa curva”, alertou o meteorologista.
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