Por Renata Fontanetto, dGCIe Baku (Azerbaijão) - Pesquisa FAPESP - Dezembro de 2024 - Foto:…
As sacolinhas um ano depois da lei ainda causando polêmica
Li uma matéria do Reinaldo Canto publicada no Blog do Planeta no dia 23 de março de 2016 sobre sacolas plásticas de uso único. Gostei da matéria, muito explicativa.
Como estamos em uma batalha para banir as sacolas plásticas de uso único desde 2004, sempre defendendo o uso de sacolas retornáveis e a cobrança pelas sacolas plásticas de uso único, desde que biodegradáveis, lutamos praticamente sozinhos, porque a população que deveria entender a motivação da FUNVERDE para tirar de circulação este dispensável produto poluente que demora cinco séculos para sumir do planeta, ficou do lado dos fabricantes, agindo como um exército de consumistas adoradores de sacolas, vendo nelas um símbolo de status, de poder de consumo, um direito adquirido, tendo como aliado, infelizmente, o procon que também acha que sacolas são dádivas modernas.
Pura bobagem, mas nos vimos isolados, à exceção de alguns políticos que receberam nossas propostas de lei para banir as sacolas plásticas de uso único ou cobrar ao menos dez vezes o valor de seu custo, para pesar no bolso dos consumistas e assim obrigá-los a mudar seus péssimos hábitos e adquirir o hábito de não sair sem uma sacola retornável.
Mesmo dentro da comunidade que prega proteção ambiental raros foram os que nos apoiaram e não vou nem comentar suas motivações.
Ainda não conseguimos banir as sacolas plásticas de supermercado após mais de uma década de muita luta, mas às vezes ainda aparecem iniciativas de banimento e notícias incentivando o uso de sacolas retornáveis e sempre publicamos e oferecemos ajuda.
Quanto à lei de São Paulo, o prefeito atual – a rainha vermelha – deturpou uma lei maravilhosa do Kassab para uma lei que beneficia um – sim, apenas um – fabricante de sacolas péssimas para o planeta e seus habitantes, pois rouba recursos naturais preciosos que deveriam alimentar a humanidade que rapidamente se aproxima de 10 bilhões de almas sedentas e famintas.
Qual o sentido de se usar terra fértil e água potável para plantar comida e depois desviar esta comida do prato dos humanos e fabricar sacolas que serão utilizadas uma única vez por não mais que meia hora? Estas sacolas da lei de São Paulo são fabricadas a partir do amido, extraído basicamente de culturas de trigo, milho, mandioca, arroz e batata, que são alimentos. É coisa de genocida transformar alimento em sacola, que é totalmente dispensável, devendo ser substituída por sacola retornável, caixa retornável, qualquer coisa retornável, retornável é a palavra chave da sustentabilidade.
Mesmo com a irresponsabilidade da modificação da lei de São Paulo, se houve realmente uma diminuição de 70% no uso das sacolas plásticas de uso único, é melhor que não haver lei para cobrança. Temos que trabalhar com o menos pior para a humanidade.
Só que antes de ter tempo de publicar a matéria – li no final de semana e iria publicá-la na segunda-feira – algo aconteceu, porque a plastivida pediu direito de resposta.
Os dois próximos posts são a matéria do Reinal Canto e a resposta da plastivida.
Leiam e depois comento mais em um post posterior.
Este Post tem 0 Comentários