Por Ellen Nemitz · ECO - 18 de dezembro de 2024 - Câmara ressuscitou “jabutis” da…
Aumentam índices de poluição no mundo todo
Mais de 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas, onde há monitoramento da qualidade do ar, estão expostas a níveis de poluição além do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O alerta foi divulgado na última semana, quando a entidade publicou um levantamento realizado nos últimos cinco anos, em 3 mil cidades de 103 países.
O estudo mostra que a poluição global cresceu 8%, apesar de que em alguns lugares, a situação melhorou. Como sempre, os que mais sofrem os efeitos perversos da poluição produzida por indústrias e automóveis são os mais pobres. A pesquisa da OMS revela que 98% dos municípios com mais de 100 mil habitantes, localizados em países de baixa ou média renda, não conseguem atingir o que é estabelecido pela organização como aceitável em termos de qualidade do ar. “Quando camadas de ar poluído cobrem as cidades, as populações urbanas mais vulneráveis – os mais jovens, velhos e pobres -, são os mais impactados”, afirmou Flavia Bustreo, diretora-assistente da área de Family, Women and Children’s Health da OMS.
Mas isto não significa que nos países ricos as condições são muito melhores. Nestes lugares, 56% das cidades também apresentam índices insatisfatórios de qualidade do ar. Londres, por exemplo, é uma delas. Em janeiro deste ano, em apenas 8 dias, a capital da Inglaterra poluiu mais do que podia o ano todo.
As regiões do planeta onde a poluição do ar atinge picos mais insalubres são Oriente Médio, África e sudeste da Ásia. Só na Índia, estão 16 cidades das 30 que apresentam níveis mais altos – e alarmantes – de PM2.5 (PM é a sigla para material particulado). Em seu levantamento, a Organização Mundial de Saúde analisou, além da concentração deste último componente, também o PM10. Ambos são partículas formadas por uma combinação de compostos químicos tóxicos, como amônia, nitratos, e sulfatos, além de poeira.
Aparecem ainda na lista de países mais poluídos China, Camarões, Irã e Paquistão. Entre as cidades brasileiras que aparecem no levantamento como tendo índices de poluentes além dos recomendados estão São Paulo, onde o nível é o dobro do que o sugerido. Santiago, capital do Chile, e Caracas, na Venezuela, também foram citadas como exemplos negativos.
Infelizmente, o cenário global da poluição pode ser ainda mais trágico. De acordo com a própria OMS, mais de 1 bilhão de pessoas moram em países que não monitoram a qualidade do ar. Outros, como Rússia, Egito e Indonésia só fazem a análise em uma ou duas cidades, denunciou o The Guardian.
O impacto da poluição do ar sobre a saúde do ser humano é imenso. Entre as doenças apontadas como tendo relação direta com o problema estão câncer de pulmão, derrames, ataques cardíacos e condições respiratórias crônicas, como asma. Estima-se que 3,3 milhões de pessoas morram no mundo devido à complicações provocadas pela poluição atmosférica.
A principal arma para diminuir os índices assustadores é o monitoramento, como o feito agora pela Organização Mundial de Saúde. É com números na mão, que governos podem tomar ações efetivas para colocar políticas públicas em ação para reduzir a emissão de poluentes. Entre as mais eficazes estão, certamente, o investimento no transporte público e a restrição ao uso do carro particular, através da imposição de pedágios e taxas pesadas sobre a circulação de automóveis movidos a gasolina e diesel nas cidades.
Fonte – Suzana Camargo, Conexão Planeta de 18 de maio de 2016
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