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Bateria “oceânica” armazena energia renovável no fundo do mar
Por Marcia Sousa – CicloVivo – 11 de janeiro de 2022 – Solução foi desenvolvida para “estocar” a energia gerada em usinas offshore – Imagem: Ocean Grazer
“Ocean Grazer resolve o problema mundial de armazenamento de energia”.
Sem medo de soar presunçosa ou prometer além do esperado, assim se apresenta a empresa que nasceu na Universidade de Groningen, na Holanda.
A companhia é responsável pela criação da “Ocean Battery” – a bateria oceânica capaz de armazenar energia renovável.
O funcionamento da bateria, de acordo com a desenvolvedora, “é incrivelmente simples e eficiente”.
No fundo do mar é colocado um reservatório que armazena até 20 milhões de litros de água em baixa pressão.
Um sistema de bombas e turbinas conecta esse reservatório a uma “bexiga flexível”.
O excesso de energia eólica pode então ser usado para bombear água do reservatório para a bexiga.
Sempre que há demanda por energia, a bexiga é liberada e, impulsionada pela pressão da água do mar acima dela, espreme sua água de volta ao reservatório, girando turbinas no caminho para gerar eletricidade que é alimentada na rede.
Segundo a companhia Ocean Grazer, a bateria oceânica é eficiente e tem baixo custo de manutenção.
“Literalmente [pode] ser produzida em todo o mundo, onde quer que seja desejado”, afirma a empresa em nota à imprensa. Isso talvez porque o mecanismo é baseado na tecnologia de barragens hidrelétricas.
Unidades extras do reservatório, maquinário de bomba e turbina podem ser adicionadas para aumentar a potência de saída, tornando-a escalável.
A solução foi desenvolvida para “estocar” a energia gerada em usinas offshore, que pode ser eólica, solar ou maremotriz.
Isto é, reter a energia nos picos de produção para devolvê-la durante o pico de demanda.
O excedente energético, se não armazenado, acaba sendo perdido.
Foto: Pixabay
Em primeiro momento, a companhia parece estar focada em mostrar o potencial da bateria oceânica para o mercado de energia eólica em alto-mar. Setor, aliás, que o Brasil tem muito potencial, como revela este estudo da USP.
A Ocean Grazer apresentou o projeto da bateria oceânica na CES 2022, grande feira de tecnologia que aconteceu em Las Vegas, nos EUA.
Em busca investidores para seguir com o desenvolvimento de sua tecnologia, muitos passos ainda precisam ser dados até a implementação.
Entre eles, detalhar qual será o impacto ambiental para a vida marinha.
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