Entrevista concedida pela FUNVERDE para a revista HM! sobre as malditas sacolas plásticas de uso…
Bebês são os que mais absorvem bisfenol-A
Estudo revela que bebês que mamam de mamadeiras são os mais afetados; mesmo doses muito pequenas da substância pode ter impacto negativo sobre a saúde
O bisfenol A (BPA) é um elemento chave na fabricação de policarbonato e resinas epóxi – aproximadamente 3 milhões de toneladas são produzidas no mundo anualmente. Muitos plásticos que estão no nosso dia a dia, equipamentos médicos, mamadeiras e embalagens são feitos com policarbonato. A resina epóxi é utilizada como verniz interior de latas de alimentos e bebidas e também como selador de encanamentos. O BPA entra em nossos corpos pelo contato do alimento com embalagens plásticas. Mesmo pequenas doses dessa substância podem afetar o desenvolvimento sexual, especialmente em fetos masculinos e em bebês. Baseado em estudos toxicológicos, a European Food Authority (Autoridade Alimentar Européia – EFA) estabeleceu um limite diário de consumo de BPA em 50 microgramas por kg de massa corporal. “No entanto, o limite não incluí estudos feitos sobre o impacto hormonal do BPA, que normalmente são difíceis de interpretar,”disse Natalie von Götz, uma pesquisadora do Instituto de Química e Bioengenharia (Institute of Chemistry and Bioengineering).
Von Götz é a primeira cientista a publicar um estudo onde os vários meios de exposição ao BPA são relacionados às consequências da exposição. O objetivo era calcular valores médios representativos para as doses de BPA por kg de massa corporal para nove grupos de idades na Suíça, Alemanha e Austria. A equipe de pesquisa do Konrad Hungerbühler’s Safety and Environmental Technology Group começou determinando quais doses eram absorvidas por que produtos. Isso foi feito medindo a concentração do BPA em vários alimentos e outras fontes relevantes. O resultado foi multiplicado pelo total absorvido pela pessoa, dado já coletado em estudos anteriores. Por último o total acima foi dividido pelo peso do consumidor. Os pesquisadores chegaram então a doses individuais de 17 fontes estudadas para obter o valor médio de consumo de BPA para cada grupo de idade.
Bebês e mamadeiras
O estudo revelou que bebês absorvem mais BPA. Bebês que mamam em mamadeiras com BPA são os mais afetados, em média ingerindo 0.8 microgramas de BPA por quilo de massa corporal através do contato do leite com a garrafa. Esse montante é abaixo do que é permitido legalmente. “Estudos recentes porém, demonstraram que em ratos, mesmo doses muito pequenas, podem ter um impacto negativo”, afirmou von Götz. A exposição diminui com a idade, embora o estudo relate que a exposição também depende da dieta e do estilo de vida: pessoas que ingerem alimentos enlatados, esquentam comida em embalagens plásticas feitas com policarbonato no micro-ondas ou acabaram de fazer ou refazer obturações com resina epóxi são expostas a uma maior dose de BPA. A diferença desse novo estudo é que foi o primeiro a examinar o quanto fontes individuais contribuem para o total da exposição, estressa von Götz. No entanto, o estudo também revelou que mais pesquisas são necessárias. Por exemplo, o BPA está presente em enlatados em diferentes quantidades e se são diferentes pelo tipo de lata ou pelo modo como o alimento foi processado ainda não está claro. Von Götz diz que é necessário que indústrias dividam seu conhecimento e que mais pesquisas sejam feitas. Afinal, de acordo com a pesquisadora, precisamos reduzir a quantidade de substâncias químicas que são liberadas das embalagens em nossos alimentos. É claro que materiais sintéticos não podem ser totalmente eliminados por apresentarem consideráveis qualidades, o revestimento de enlatados protege os alimentos e também a lata de corrosão, por exemplo.
Fonte – O Tao do Consumo
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