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Bioplástico é menos poluente? Sério?

Só respondendo a uma matéria que lemos.

Em verde, os parágrafos da matéria. Em laranja, nossas respostas.

Bioplástico é considerado menos poluente

Por que seria menos poluente se continua a ser polietileno não degradável e não atende nenhuma norma de biodegradação e ausência de resíduos nocivos?

As sacolas de bioplástico, feitas com cana-de-açúcar, são menos poluentes por causa do material de origem, diz o biólogo Nobel Penteado de Freitas, responsável pelo Núcleo de Estudos Ambientais da Universidade de Sorocaba (Uniso). Segundo ele, o petróleo, material utilizado para produção das sacolas brancas, não é renovável, diferente da cana-de-açúcar, que possui menos substâncias tóxicas para o meio ambiente.

Uma sacola plástica de polietileno não degradável, que mistura polietileno de origem fóssil com polietileno de origem no etanol de cana, milho etc possui menos substâncias tóxicas para o meio ambiente? Como assim se o polímero continua a ser um só, ou seja, polietileno? Uma afirmação destas deveria ser baseado numa completa análise de ciclo de vida ( ACV ) para poder ser considerada séria.

Vamos aos fatos sobre o tal polietileno de origem “renovável”:

Agravamento da falta d´água nas nossas torneiras: A produção de resinas plásticas autodenominadas renováveis consome uma enorme quantidade de água. Segundo a novacana.com seriam consumidos 10,8 litros de água por litro de Etanol;

Conta de energia mais cara para todos: Quanto mais recursos hídricos consumidos na produção maior será o déficit de água nos reservatórios das hidrelétricas, obrigando o uso da energia mais cara das termoelétricas;

Depleção abiótica. Esta categoria de impacto é referente à depleção de recursos não viventes (abióticos) tais como combustíveis fósseis, minerais, metais, argila e turfa. Porque é importante? Em 2006, o WWF International registrou que o impacto da raça humana nos recursos globais triplicou desde 1961 e agora estão 25% acima da capacidade do planeta de se regenerar sozinho. Usar fontes renováveis para produção de plásticos contribui para o agravamento desta situação.

Depleção da camada de ozônio. Mudanças no ozônio atmosférico que alteram a quantidade de radiação UV nociva que penetra a superfície da terra, com efeitos potencialmente nocivos para os ecossistemas e a saúde humana. Porque é importante? Um aumento da radiação UV aumenta o risco de câncer de pele, e outros riscos à saúde humana;

Oxidação fotoquímica. A formação de uma névoa fotoquímica oxidante como resultado de reações complexas entre NOx e VOCs sob a ação da luz solar ( radiação UV), a qual leva à formação de ozônio na troposfera. Este fenômeno é dependente das condições metrológicas e concentrações subjacentes de poluentes. As substâncias características da névoa fotoquímica (névoa de verão ou névoa de Los Angeles), são causas conhecidas de problemas de saúde tais como irritações do trato respiratório, e danos à vegetação ;

Eutrofização. É causada pela adição de nutrientes a um sistema terrestre ou hídrico que leva a um aumento da biomassa, causando danos a outras formas de vida. O nitrogênio e o fósforo são os nutrientes mais relevantes à eutrofização. Porque é importante? A Eutrofização foi reconhecida como um problema de poluição em lagos e represas da Europa e América do Norte em meados do século 20. Pesquisas mostram que 54% dos lagos da Ásia são eutróficos; 53% na Europa; 48% na América do Norte; 41% América do Sul ; e 28% na África;

Acidificação. Ela resulta dos depósitos ácidos, os quais levam a uma diminuição do pH, uma diminuição do teor mineral do solo e um aumento das concentrações de elementos potencialmente tóxicos no solo. Os poluentes mais acidificantes são SO2, NOx, HCL e NH3. Porque é importante? Exemplos do seu impacto são a mortandade de peixes em lagos, a lixiviação de metais tóxicos do solo e rochas, danos a florestas, construções e monumentos.

Toxicidade. A toxicidade é o grau de uma substância necessário para induzir dano ou doença em um organismo exposto. Há 4 tipos diferentes de toxicidade: humana, terrestre, marinha e aquática. Porque é importante? Agrotóxicos utilizados nas plantações de cana e fontes de amido contaminam o solo, o ar e as água.

Para o especialista, a questão da sacolinha é complexa, pois a distribuição obrigatória deixa o consumidor confortável para utilizar quantas unidades desejar. “O ideal é que a sacola fosse biodegradável e gratuita. Nessas situações, é preciso considerar a questão ambiental, econômica e social. Se for muito caro as pessoas não vão utilizar”, ressalta. Uma campanha voltada a conscientização do uso das sacolas contribuiria para diminuir os gastos com recursos naturais, aponta Freitas.

Mas, quando falamos em consumo e resíduos a ideia é geração zero, destaca o secretário de Meio Ambiente, Clebson Ribeiro. Segundo ele, o ideal, dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos, seria não gerar a sacola plástica, o que diminuiria os impactos ambientais causados por ela, tendo como solução a utilização de sacolas retornáveis, que possuem um período de vida maior. Clebson diz que esta política possui uma sequência voltada para diminuir os impactos ambientais vindos da sociedade humana, como não gerar, reutilizar, reciclar e descartar corretamente os produtos.

Não, não é menos poluente.

Sacola retornável, já!

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