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Boas práticas nas relações de consumo

Jornal folha de londrina – 12 de maio de 2007 

Pessoas engajadas e conscientes se preocupam com os impactos de suas ações na sociedade e no meio ambiente

Curitiba – O chamado ”consumo consciente” é, ainda, um tema novo para a maioria dos brasileiros. No entanto, mesmo sem saber ao certo o significado da terminologia, as pessoas têm buscado adotar práticas social e ambientalmente corretas nas suas relações de consumo. Pesquisa realizada, em 2006, pelo Instituto Akatu, Organização Não-Governamental (Ong) de São Paulo, mostrou que um terço dos entrevistados adota condutas de consumo avaliando seus impactos na sociedade e no meio ambiente. O mesmo estudo apontou que a Região Sul reúne o maior índice de consumidores engajados na prática do consumo consciente: 39%.Esse é o caso da artista plástica Berty Ribeiro, frequentadora assídua de uma feira de produtos orgânicos, em Curitiba. O que, em princípio, motivou o consumo de alimentos sem agrotóxicos ou aditivos químicos, segundo ela, foi a preocupação com a saúde. Mas, os efeitos dos poluentes na natureza, também pesam na hora de escolher o que vai para a mesa.

Outra atitude que já se tornou hábito para Berty é a separação do lixo orgânico do reciclável. Ela conta que, em sua casa, os resíduos que podem ser reciclados são separados, inclusive, por tipo de material: papel, vidro, plástico. Berty acredita, no entanto, que esse é um cuidado que a maioria das pessoas ainda não absorveu como costume. ”Vejo pela minha empregada. Já ensinei várias vezes como separar o lixo, mas volta e meia tenho que chamar sua atenção”, afirmou.

Os produtores da feira de orgânicos da qual Berty é cliente, também, estão buscando alternativas para diminuir o impacto do lixo no meio ambiente. Eles passaram a usar sacolas oxi-biodegradáveis, que levam menos tempo para se decompor. Enquanto as sacolas plásticas convencionais podem ficar até por 100 anos na natureza, as oxi-biodegradáveis desaparecem em até 18 meses. A utilização dessas sacolas vem sendo incentivada pela Ong FUNVERDE, de Maringá (noroeste do Estado), onde fica sediada a primeira fábrica paranaense a confeccionar o material.

A iniciativa de usar as sacolas ecológicas partiu dos agricultores Maria Salette e Adelmo Escher e, logo, a idéia foi incorporada pelos outros 23 produtores que expõem nas feiras do Passeio Público, da Praça do Expedicionário e Jardim Botânico. ”Como produtores agroecológicos, temos essa preocupação com a preservação do meio ambiente. É um princípio nosso. E o nosso consumidor aprovou essa iniciativa”, afirmou Maria Salette.

A maioria dos clientes da feira de orgânicos já tem uma outra percepção sobre consumo consciente – acredita a produtora rural – e procuram reduzir ao máximo a quantidade embalagens que levam para casa. Segundo ela, muitos trazem sua sacola de casa e outros já passaram a exigir a sacola oxi-biodegradável. ”Queremos sensibilizar outras pessoas, pelo menos, a pensar na quantidade de lixo que geram e no que cada pessoa pode fazer pelo meio ambiente”, acrescentou.

A dona de casa Odette de Lima Wawrzynik se encaixa nesse perfil. ”Não quero lixo no mundo para meus descendentes”, declara, elogiando a iniciativa dos feirantes de adotarem as sacolas ecológicas. Cliente fiel da feira, ela afirma que se nega, também, a comprar produtos com agrotóxicos, mesmo sabendo que paga mais caro pelos orgânicos.

Os dados sobre geração e destinação do lixo no Brasil não são precisos. Segundo levantamento feito, em 2004, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Nacional de Amostragem por domicílio (Pnad), o Brasil produz cerca de 228,5 mil toneladas de resíduos por dia. Dados extra-oficiais, divulgados por Ong’s, apontam que entre 2% e 5% do lixo urbano são reciclados.

 

 

This Post Has One Comment

  1. Bom dia!

    Gostaria de saber como adotar práticas para diminuir o consumo de lixo orgânico na empresa? Como realizar uma campanha neste sentido? Vocês tem algum material para disponibilizar?

    Atenciosamente,

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