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Brasil pode criar 7 milhões de empregos com agricultura de baixo carbono
Por MARIANA GRILLI – Globo Rural
Segundo estudo, mudar emissão de carbono e criar postos de trabalho também depende dos países que compram a carne brasileira
A agricultura de baixo carbono pode viabilizar a criação de 7 milhões de empregos no Brasil. É o que aponta relatório O Emprego em um futuro de zero emissões líquidas na América Latina e Caribe’ elaborado em parceria do Banco Interamericano de Desenvolvimento com a Organização Internacional do Trabalho. Em todo o bloco, são estimados 15 milhões de novos postos.
Reduzir o uso de combustíveis fósseis por meio da substituição por energia limpa, como a solar, eólica, biomassa e carros elétricos, além da adoção de dietas à base de plantas, são sugestões do estudo, que mostra a viabilidade de ter uma economia com zero emissões de carbono.
Em entrevista à Globo Rural, Adrian Vogt-Schilb, um dos autores do relatório, diz que os dados vão ao encontro às metas do Acordo de Paris e, por isso, dizem respeito não somente à América Latina e Caribe, mas a todos os países que consomem a agropecuária proveniente do bloco a nível global.
“Mudar a emissão de carbono e gerar os empregos não depende apenas das dietas do Brasil, mas dos países que compram a carne brasileira. Estamos mostrando que é possível reduzir emissões e ao mesmo tempo gerar empregos” Adrian Vogt-Schilb, um dos autores do relatório
Vogt-Schilb explica que foram utilizados dados sobre o número de empregos atualmente e informações da estrutura econômica dos países. “É um estudo regional que mostra que há benefícios”.
Para que a descarbonização seja factível, Morgan Doyle, representante do BID no Brasil, ressalta que o tema precisa ser discutido em diversas esferas, com produtores, iniciativa privada e representantes políticos, como o Ministério da Agricultura.
“Conseguimos imaginar um mundo com zero emissões de carbono? É uma pergunta crítica para muitas pessoas. E a resposta é sim, esse modelo parece ser possível. É preciso tomar a decisão juntos e ser realista sobre a descarbonização”, defende Doyle.
A partir do lançamento do estudo, o Banco Interamericano de Desenvolvimento pretende reforçar projetos de zero emissões de carbono no Brasil, além de discutir pautas sobre mudanças climáticas.
“Isso é algo que estamos perseguindo, a fim de criar oportunidades para estudos adicionais de como, quando, com quem, entender a possibilidade dessas políticas e se o governo está interessado”, reforça Doyle.
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