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Brasil pode ser líder global na oferta de créditos de carbono
Por Juliana Causin – Estudo da consultoria elevou de US$ 100 bi para até US$ 120 bi o potencial de geração de receitas no país com créditos de carbono. Compromissos voluntários de empresas, instituições financeiras e países contribuíram para projeções melhore – Laura Albuquerque, gerente geral da WayCarbon Foto: Divulgação/WayCarbon.
Dos atuais 12% de participação na oferta global de crédito de carbono, o Brasil tem potencial de atender até 48,7% de toda a demanda desse mercado até 2030.
A projeção faz parte de um estudo divulgado nesta quinta-feira (6/10/2022) pela consultoria WayCarbon e pela Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil).
O estudo, que elevou de US$ 100 bilhões para até US$ 120 bilhões o potencial de receitas do país no mercado, considera o preço de US$ 100 por tonelada de carbono, valor estipulado pela TSVCM (Taskforce on Scaling Voluntary Carbon Markets) em um cenário otimista.
“Esse crescimento vem de um histórico que temos acompanhado de uma agenda de responsabilidade climática e também de um cenário de urgência climática muito grande”, afirma Laura Albuquerque, gerente-geral da WayCarbon, em entrevista ao NegNews.
A executiva destaca que a projeção leva em consideração o potencial de crescimento do país no mercado voluntário de carbono.
“Ou seja, o mercado que compreende os projetos voluntários criados por agentes privados a fim de atender a uma determinada demanda de um compromisso ou meta de responsabilidade social”, explica.
Entre os fatores que contribuíram para a melhora na expectativa da consultoria, estão o aumento do número de créditos emitidos por soluções baseadas na natureza e a influência dos compromissos adotados na COP-26.
“O principal ponto que explica esse crescimento é o volume de compromissos voluntários de empresas, instituições financeiras e países na redução de emissões”, aponta Laura.
Entre os movimentos do setor privado que têm alavancado a demanda por créditos de carbono, a consultoria destaca o Net Zero Banking Alliance, que traz compromissos do setor financeiro com a neutralização de emissões, e o Business Ambition 1,5°C, que convoca empresas a assumirem metas climáticas baseadas na ciência.
Nove bancos com atuação no Brasil fazem parte da aliança do setor financeiro e 25 grandes empresas aderiram à campanha Business Ambition 1,5°C.
Para o Brasil alcançar o potencial de responder por quase metade de toda a demanda global por créditos de carbono, o estudo traz recomendações a serem adotadas pelos setores público e privado.
Entre elas, o estabelecimento de um mercado regulado de carbono e o cumprimento dos compromissos de zerar o desmatamento ilegal.
Para as empresas, a pesquisa destaca a necessidade de simplificação de processos de transação dos créditos no mercado voluntário e a ampliação de parcerias, com maior visibilidade à participação de populações locais, indígenas e tradicionais.
Confira a entrevista completa de Laura Albuquerque, gerente-geral da WayCarbon, ao NegNews
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