Por Redação - Agência FAPESP - 27 de novembro de 2024 - Abordagem inovadora desenvolvida…
Brasil responderá por 50% do crescimento em energia renovável na América Latina em 10 anos, diz Enel
“Se você tirar uma foto hoje, o Brasil está subrepresentado; se tirar uma foto daqui a 10 anos, o Brasil será muito maior do que representa hoje”, disse o executivo, durante evento promovido pelo grupo em São Paulo.
De acordo com o executivo, o Brasil já responde por cerca de 40% do crescimento do grupo em renováveis na América Latina, considerando o plano de negócios atualmente em andamento (2022-2024).
No entanto, em 10 anos, a perspectiva é que o País responda por mais de 50% sozinho.
Segundo Starace, essa visão está relacionada ao fato de que alguns países chegarão em limites físicos que levarão a uma desaceleração do crescimento, enquanto no Brasil a perspectiva é de aceleração, dada a dimensão geográfica do País e a necessidade crescente de energia, devido ao crescimento demográfico e da economia brasileira.
“Não muitos países têm essas duas condições”, disse. “Crescimento demográfico significa crescimento agora e crescimento pelos próximos 25 anos.”
Francesco Starace, o presidente global da Enel, prevê aceleração de investimentos em projetos solares e eólicos Foto: Enel/Antônio Pinheiro
Nos próximos três anos, o plano da companhia é adicionar 3 mil MW no País.
“É bem mais do que fizemos no passado, mas vai ser muito mais nos três anos à frente, porque a aceleração está em curso, e não se surpreenda porque o potencial é enorme, o País é super rico: tem muito vento, muito espaço e muita radiação solar”, disse Starace.
Atualmente, por meio da Enel Green Power Brasil, seu braço de geração renovável, o grupo opera no País mais de 4,7 GW renováveis, sendo 2,1 GW eólicos, 1,2 GW solares e 1,3 GW de fonte hídrica, além de um térmica a de ciclo combinado (gás e vapor) com 326,6 MW de capacidade instalada, no estado do Ceará.
Redes
Além dos investimentos em renováveis, a Enel também planeja investir em suas redes de distribuição no País, de olho na tendência de eletrificação da economia, que exigirá reforçar e digitalizar os sistemas.
“As redes sempre foram consideradas, no nosso setor, o negócio menos interessante, não tão sexy, não realmente inteligente, o que é uma pena porque a eletricidade vai descarbonizar a economia, e como a eletricidade chega às pessoas? Pelas redes. Então as redes se tornam super importantes para garantir que isso acontece de maneira segura e confiável”, justificou.
Segundo Starace, o consumo de energia em São Paulo – uma das localidades atendidas pela empresa – é um dos maiores do mundo, mas ainda é pouco se comparado ao que será no futuro, com a conversão da frota de veículos para veículos elétricos, por exemplo.
“Temos que investir muito mais do que imaginamos dez anos atrás”, disse.
Além de operar a distribuidora que atende na região metropolitana de São Paulo, a Enel possui outras três distribuidoras, nos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, atendendo um total de aproximadamente 18 milhões de clientes.
Em seu mais recente plano de investimentos divulgado, em novembro do ano passado, a Enel informou a previsão de investir cerca de 5 bilhões de euros no País até 2024.
O País responde sozinho por cerca de 50% dos investimentos da companhia na América Latina previstos para os próximos três anos, mas a tendência é que passe a responder por fatias crescentes, chegando a 60% ou 70% no futuro, disse Starace.
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