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Brasil tem quase 3 mil lixões ou aterros irregulares

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Apesar da lei que acabou com lixões, vazadouros funcionam normalmente.
Lixões impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.

O Brasil ainda despeja 30 milhões de toneladas de lixo por ano, de forma inadequada, expondo os cidadãos ao risco de doenças. E isso apesar da lei que determinou o fim dos lixões.

Corta, descasca, abre a embalagem, joga fora os restos, espreme, corta mais, descasca mais, abre outra embalagem. Quantas vezes essas cenas se repetem por dia em milhões de lares brasileiros? Como na casa de dona Rita. Depois de preparar o almoço da família, ela coloca o lixo para fora.

“A minha responsabilidade é de colocar de casa para fora. Depois que tiver na rua, a responsabilidade já é do carro do lixo, de pegar e levar”, diz a dona de casa Rita Amélia da Silva.

O problema é que dona Rita mora em Alagoas, o estado recordista em volume de lixo no lugar errado. Mais de 95% dos resíduos produzidos em Alagoas são abandonados a céu aberto.

Na Bahia, o recorde é no número de lixões, o maior do país: são mais de 300 vazadouros em situação irregular.

Brasília só tem um lixão: a 20 quilômetros do centro da capital do país, que recebe quase 80% do lixo produzido no Distrito Federal.

Em São Paulo, o estado mais populoso e rico do Brasil, a maior parte do lixo vai para o lugar certo: os aterros sanitários. Mas 14 mil toneladas de resíduos sólidos ainda vão para lixões diariamente.

Em um dos maiores lixões do estado do Rio de Janeiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, tem uma extensa área coberta de lixo e entulho nas proximidades da Baía de Guanabara e dos rios que atravessam a região. Todo esse despejo é irregular. Há ainda o agravante desse material ir se acumulando sobre a vegetação de mangue, que é protegida por lei.

De acordo com o levantamento inédito feito pela Abrelpe, Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, o Brasil tem hoje quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros.

“Num momento de crise, os municípios precisam ter a inteligência e a criatividade de dar uma solução para esta questão da gestão de resíduos sólidos, que é uma questão diária”, destaca o diretor presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho.

Sessenta e cinco por cento dos municípios não têm receita específica para cuidar do lixo, uma atribuição das prefeituras.

“Eu acho que cabe a cada gestor público um debate com a sua comunidade local mostrando a importância de se ter uma verba adequada para poder fazer a destinação final do lixo”, afirma o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Jonas Donizette.

O Congresso Nacional está discutindo um novo prazo para acabar com os lixões no Brasil.

Fonte – Jornal Nacional de 08 de maio de 2017

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