Desde 2020, lojas de roupas vivem o abre e fecha à medida que oscila os números da pandemia.
Mesmo com a disponibilidade contínua de lojas online, a falta de acesso à internet e a queda no poder de consumo da população contribuíram para que o setor de vestuário tivesse queda no faturamento.
Comprar roupas não é essencial, sobretudo quando a maior recomendação é ficar em casa sempre que possível.
Mas, quem realmente precisa renovar o guarda-roupa pode optar pela compra de usados.
O brechó Troc é um bom exemplo.
Por meio de uma plataforma online, a Troc conecta quem quer comprar e quem quer vender roupas, bolsas, sapatos e acessórios usados de grandes marcas.
A empresa, com sede em Curitiba (Paraná), aposta no conceito da moda circular como alternativa de consumo consciente, além de economicamente vantajosa.
“Sabemos que só 30% dos guarda-roupas são efetivamente usados.
Os outros 70% que estão parados são matéria-prima para nós. Aqui, mais de 60% das peças enviadas são vendidas em até 30 dias após serem anunciadas no site.
Vender essas peças vai aumentar seu ciclo de vida, fazendo valer a produção.
É uma forma de ser mais sustentável, além de rentável”, afirma Luanna Toniolo, CEO da Troc.
Como vender
A plataforma cuida de todo processo desde a análise, fotografia, precificação e ativação, além de criar campanhas para estimular a venda das peças.
Quem mora em Curitiba ou São Paulo ainda pode ter suas roupas retiradas em casa sem nenhum custo adicional.
Já para as outras regiões do país, é possível enviar por correio, também de forma gratuita. Tudo é feito de forma online, veja todas as condições no site da Troc.
Entre as pessoas que enviam suas peças, dar uma destinação correta para o que não tem mais uso dentro do guarda-roupa e ter um ganho extra é uma grande motivação.
Este é o caso da pedagoga Tábita Volcov, que utiliza a plataforma da TROC há cerca de 1 ano e meio.
Ela conta que ficou surpresa quando soube que para fabricar uma calça jeans eram consumidos de 5 a 10 mil litros de água e que essa quantidade era suficiente para manter cerca de duas pessoas por mais de um mês.
Um custo muito alto para o meio ambiente.
Começou a pesquisar e descobriu que vender e comprar de segunda mão era uma forma de consumir moda de forma mais consciente.
“É muito legal saber que minhas roupas vão para outras pessoas, todos saem ganhando e fazemos algo importante para o meio ambiente”, conta Tábita.
Também a consultora de moda sustentável, Giovanna Nader, lançou um guia online e gratuito onde traz a seleção de 40 brechós, além de dicas de moda.
Brechós trazem mais sustentabilidade para a moda. Foto: Becca Mchaffie | Unsplash
Impacto das roupas usadas
Apesar de não haver dados precisos, é consenso que a indústria têxtil é altamente poluente. Desta forma, promover trocas de roupas, entre amigos e familiares, além de comprar roupas usadas impacta positivamente o meio ambiente.
Para se ter uma ideia, a Troc estima que, em apenas quatro anos de existência, proporcionou a economia de mais de 475 milhões de litros de água, evitou que 616 toneladas de CO2 fossem jogados na atmosfera e que mais de 88 toneladas de roupas fossem depositadas em aterros sanitários no Brasil.
Imagina se mais companhias e clientes apostassem na economia circular na moda.
Comprar roupas em brechó poupa dinheiro e recursos naturais. Foto: Priscilla du Preez | Unsplash
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