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Campanha Não Fracking Brasil continua a avançar no Paraná

Cornélio Procópio (PR) agora é território livre do Fracking. Foto: Flávio Arns/Reprodução da Internet

Moradores de várias cidades do Norte Pioneiro, região que ainda não teve o subsolo vendido pela ANP para exploração do gás de xisto, estão se mobilizando para banir o fraturamento hidráulico (Fracking).

Diante dos riscos e perigos de contaminação provocados pelo fraturamento hidráulico várias cidades do Norte Pioneiro do Paraná estão aprovando legislação para banir essa tecnologia altamente poluente usada para exploração do gás de xisto do subsolo, também conhecida por FRACKING.

Na semana passada, a prefeita de Cornélio Procópio, Aurora Fumie Doi, do PDT, sancionou a Lei 372/2016 que proíbe emissão de alvará para operações de Fracking, impede outorga de água, tráfico de caminhões com produtos químicos, queima de gases da atmosfera e testes para aquisição sísmica ou similares no município, entre outras providências.

“A preocupação com a exploração do meio ambiente deve ser responsabilidade de todo cidadão e também dos poderes constitucionais. Em Cornélio Procópio, a Lei mostra a preocupação da administração pública de não permitir a exploração pelos métodos de fratura hidráulica – ‘fracking – e refraturamento hidráulico – re-fracking’, pois esses métodos provocam danos ambientais e podem causar grande mal à população”, enfatiza a prefeita.

Município polo da região Norte Pioneiro com pouco mais de 48 mil habitantes e distante 440 quilômetros da capital, Cornélio Procópio passa agora a ser modelo para as cidades próximas que também devem banir o Fracking como Nova América da Colina, Uraí, Rancho Alegre e Sertaneja, que já aprovaram em primeira votação o mesmo projeto de Lei.

A queima de gases que contribuem para o efeito estufa também está proibida em Cornélio Procópio. Foto: Reprodução da Internet

“Estamos mobilizando os movimentos sociais e lideranças políticas e religiosas nas cidades de Assaí, Nova Fátima, Andirá e Itambaracá que já estão debatendo o tema”, adianta Izabel Cristina Marson, professora e voluntária da campanha Não Fracking Brasil na região.

A população das cidades da região de Cornélio Procópio ficou assustada com a passagem dos caminhões vibradores para testes de aquisição sísmica contratados pela Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) na região que deixou um rastro de medo, prejuízo e muitas dúvidas.

Fracking é o método não convencional que utiliza milhões de litros de água, misturados a areia e um coquetel de mais de 720 substâncias tóxicas, cancerígenas e até radioativas para explodir a rocha que está a grandes profundidades e liberar o gás metano. Parte do fluído tóxico permanecesse no subsolo e contamina os aquíferos. O que retorna à superfície polui o ar, torna o solo infértil para agricultura e pecuária e provoca infertilidade nas mulheres, abortamentos e nascimentos prematuros. Além dos impactos ambientais, econômicos e sociais, o fraturamento hidráulico também provoca terremotos e intensifica as mudanças climáticas.

Ação Preventiva

A legislação para banir o fraturamento hidráulico foi elaborada pela COESUS – Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida – e 350.org Brasil e América Latina, que desenvolvem campanha nacional contra a utilização desta tecnologia. Em 2013, ANP leiloou o subsolo de 372 cidades em 15 estados brasileiros para extração de gás de xisto pelo método não convencional. No Paraná, a ANP colocou 122 cidades na rota do Fracking sem consultar os moradores, gestores públicos, parlamentares, lideranças políticas, religiosas e ambientais, sindicatos, setor produtivo e academia.

“No Paraná, nossa campanha já conseguiu aprovar leis e banir o Fracking em cidades importantes como Toledo, Foz do Iguaçu, Cascavel, Umuarama, Campo Mourão e Guarapuava, todas com o subsolo já vendido pela ANP”, informa Juliano Bueno de Araujo, coordenador de Campanhas Climáticas da 350.org e fundador da COESUS.

Juliano alerta que agora, a campanha está estamos avançando na aprovação de leis proibindo o fraturamento hidráulico em cidades onde ainda não houve a comercialização do subsolo pela ANP. “Maringá e Arapongas, e agora Cornélio Procópio, são exemplos de cidades que estão agindo preventivamente para proteger as reservas de água, o solo fértil para a agricultura, a qualidade do ar e a saúde das pessoas e animais”.

Izabel Cristina Marzon com vereadores de Cornélio Procópio que aprovaram a lei que proíbe operações de Fracking na cidade. Foto: CMCP

Em todas as cidades, a votação do projeto de Lei proibindo o Fracking ocorre por unanimidade. Em Cornélio Procópio, a lei foi proposta e assinada pelos vereadores Fernandinho Peppes, Edimar Gomes, Vanildo Sotério e Rafael Haddad e teve total apoio dos vereadores e foi sancionada sem vetos pelo Executivo.

Fonte – Silvia Calciolari, Não Fracking Brasil de 18 de outubro de 2016

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