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Centro de Inovação em Tecnologia Offshore é inaugurado na USP

Por Maria Fernanda Ziegler – Agência FAPESP – 13 de junho de 2024 – Apoiado por FAPESP, Shell, IPT e USP, Centro de Pesquisa Aplicada vai investigar tecnologias que promovam a descarbonização e a otimização das operações do setor de petróleo e gás, contribuindo para o futuro da indústria offshore. Foto: Daniel Antônio/Agência FAPESP – da esquerda para a direita: Kazuo Nishimoto, Marco Antonio Zago, Carlos Gilberto Carlotti Junior, Olivier Wambersie e Flávia Motta.

Foi inaugurado ontem (12/06/24) o novo Centro de Inovação em Tecnologia Offshore (OTIC) da Universidade de São Paulo (USP).

Com investimento total de R$ 163 milhões ao longo de cinco anos – financiados pela Shell do Brasil, FAPESP, USP e Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) – o OTIC tem como foco a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias mais eficientes e sustentáveis para a exploração de petróleo e gás em águas profundas.

“Este é o terceiro Centro de Pesquisa Aplicada [CPA] que lançamos em parceria com a Shell na USP. Nesse modelo, partimos do princípio de que para cada real de recurso público investido, outro real seja investido pela empresa privada. No entanto, a experiência tem nos mostrado que o recurso público tem sido multiplicado por 4,8. Isso evidencia a capacidade de alavancar recursos que esse programa pode ter. Os resultados dessa cooperação público-privada não são apenas para a aplicação prática da empresa, mas também para a formulação de políticas públicas e o avanço de ciência básica, gerando conhecimento científico importante para toda a sociedade”, disse Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP.

Além do OTIC, Shell e FAPESP lançaram juntos nos últimos anos o Centro de Pesquisa para Inovação em Gases do Efeito Estufa (RCGI) e o Centro de Inovação em Novas Energias (CINE).

O mais novo centro, criado em um contexto de transição energética, pretende produzir conhecimento científico e tecnológico a partir da aproximação da indústria, governo e academia.

Sabe-se que as transformações necessárias no setor da energia offshore podem desempenhar um papel importante na redução imediata das emissões de carbono em todo o mundo.

“A indústria de energia offshore está passando por uma série de transformações e precisa ir na direção da maior produção de energia com menos emissões de gases do efeito estufa. São desafios tecnológicos importantes e o OTIC pretende contribuir com o desenvolvimento de pesquisas que tornem as operações offshore mais eficientes e com menor pegada de carbono”, afirmou Kazuo Nishimoto, diretor científico do novo CPA.

Cinco programas

Com mais de 250 pesquisadores envolvidos, o OTIC conta com 24 projetos de pesquisa e desenvolvimento, divididos em cinco programas técnicos que se interconectam:

Novos Processos e Operações; Energia de Baixo Carbono; Novos Materiais e Nanotecnologia; Segurança das Pessoas, do Meio Ambiente e Economia Circular; e Transformação Digital.

Cada uma dessas áreas tem potencial para gerar tanto soluções práticas e de curto prazo, quanto soluções disruptivas e transformadoras da indústria offshore no longo prazo.

Na cerimônia de lançamento do OTIC, Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil, afirmou que a empresa tem como plano zerar a emissão de carbono até 2050.

“Nosso objetivo é contribuir para que a indústria offshore tenha operações mais seguras e sustentáveis. O Brasil é um centro de excelência da tecnologia offshore de águas profundas e o trabalho de pesquisa e desenvolvimento é crucial para atingirmos nossa meta de zerar as emissões. Atualmente, existem apenas 50% da tecnologia necessária para chegarmos ao carbono zero e os resultados do OTIC serão fundamentais para trilharmos esse caminho”, disse Wambersie.

Segundo o executivo, a Shell do Brasil investe R$ 500 milhões por ano na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Só no OTIC serão investidos R$ 49 milhões por meio da cláusula que determina investimento em PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De fato, a Shell é a segunda empresa que mais contribui por meio da cláusula da ANP.

De acordo com Daniela Godoy Martins Corrêa, coordenadora de gestão ambiental da agência, a cláusula, que existe há 20 anos, já gerou R$ 30 bilhões em pesquisa e desenvolvimento – sendo a metade desse montante nos últimos cinco anos.

“Quase metade dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento segue a tendência do setor para a criação de tecnologias voltadas para a descarbonização e a eficiência energética”, informou Corrêa.

O evento de inauguração do OTIC foi realizado no Digital LAB, da USP, e contou com a presença de autoridades e pesquisadores.

Participaram Carlos Gilberto Carlotti Junior, reitor da USP; Maria Arminda do Nascimento Arruda, vice-reitora da USP; o vice-almirante Celso Mizutani Koga, diretor de gestão de programas da Marinha (DGePM); Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP; Olivier Wambersie, gerente-geral de Tecnologia e Inovação da Shell Brasil; Flávia Motta, diretora financeira e administrativa do IPT; Daniela Godoy Martins Corrêa, coordenadora de gestão ambiental da ANP; e Kazuo Nishimoto, diretor científico do OTIC.

 

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